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Autoridades mexicanas localizaram nesta sexta-feira 20 corpos de pessoas assassinadas em uma localidade nortista do Estado de Tamaulipas, um dos mais afetados pela violência ligada ao narcotráfico no país. Os cadáveres de duas mulheres e 18 homens foram localizados em cinco lugares diferentes de Puerto Madero, a mais de 500 quilômetros ao noroeste da capital mexicana, segundo um relatório da promotoria de Tamaulipas. Na noite da quinta-feira, em outro incidente, 30 homens armados invadiram um centro de reabilitação para dependentes químicos, matando 19 pessoas que lá estavam internadas.

As vítimas dos ataques em Puerto Madero ainda não foram identificadas e todas tinham ferimentos provocados por projéteis de armas de fogo. As autoridades ainda não conseguiram esclarecer o motivo dos assassinatos.

O governo mexicano disse que em Tamaulipas, na fronteira com o Texas (Estados Unidos), ocorre uma disputa entre o Cartel do Golfo e o Cartel dos Los Zetas, duas organizações criminosas que traficam drogas.

Também nesta sexta-feira, a polícia mexicana informou que pelo menos 30 homens armados invadiram um centro de reabilitação para drogados na capital do Estado de Chihuahua, que faz fronteira com os Estados Unidos, e abriram fogo, matando 19 homens deixando alguns feridos. Os assassinatos aconteceram na noite de quinta-feira no centro Fé e Vida, na cidade de Chihuahua, cerca de 350 quilômetros ao sul de Ciudad Juárez e da fronteira com El Paso, no Texas, disse o porta-voz da polícia estadual Fidel Bañuelos.

A ação aconteceu um dia depois de homens não identificados terem matado um homem e ferido outro num centro de reabilitação em Ciudad Juarez.

Os homens do centro Fé e Vida foram retirados de suas camas pouco antes das 23h e colocados, com a cabeça baixa, em um corredor, disse o diretor do centro, Cristian Rey Ramirez, à Associated Press. Ramirez foi alertado sobre o ataque pelo pastor do centro, que telefonou para ele.

"Ele me disse 'venha para cá porque eles mataram todo mundo'", disse Rey. "Não houve nenhum aviso".

"Os agressores deixaram mensagens acusando as vítimas de serem criminosos", disse Bañuelos. Outras quatro pessoas foram hospitalizadas, mas não há informações sobre suas condições.

As vítimas têm idades entre 30 e 40 anos e incluem um homem cego, disse o reverendo Rene Castillo, um ministro que semanalmente profere sermões no centro. "Todo mundo está tão assustado agora", ele disse, acrescentando que a violência é "a questão sobre a qual todos falam, especialmente com todas as ameaças que têm sido feitas".

O presidente Felipe Calderón, cuja luta contra as drogas já resultou na morte de quase 23 mil pessoas desde que ele tomou posse no final de 2006, emitiu um comunicado condenando a ação.

"São atos ultrajantes que reforçam a convicção da necessidade de lutar contra grupos criminais que realizam ações bárbaras com toda a força legal", disse ele.

A polícia disse que dois dos maiores cartéis de droga estão tirando partido de centros de reabilitação para recrutar viciados e traficantes, geralmente ameaçando de morte os que não cooperam. Outros são mortos por dívidas de drogas ou por traírem um traficantes.

Mais de 60 pessoas foram assassinadas a tiros em clínicas de reabilitação em menos de dois anos no México. A violência do crime organizado já deixou mais de 22.700 pessoas mortas no México desde dezembro de 2006, quando o presidente Felipe Calderón assumiu o cargo e lançou a guerra contra o narcotráfico.

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