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Ainda nos anos 1980, Bialiatski esteve na vanguarda do movimento pró-democracia bielorrusso.
Ainda nos anos 1980, Bialiatski esteve na vanguarda do movimento pró-democracia bielorrusso.| Foto: Reprodução/ Redes Sociais

O ativista de Belarus Ales Bialiatski, a organização internacional russa pelos Direitos Humanos Memorial e a organização ucraniana Centro para as Liberdades Civis venceram o Nobel da Paz de 2022, anunciado nesta sexta-feira (07).

"O comitê do Prêmio Nobel quis honrar três campeões dos Direitos Humanos, da democracia e da co-existência pacífica nos países vizinhos Belarus, Rússia e Ucrânia. Eles honram a visão de Alfred Nobel (criador do prêmio) sobre paz e convivência, uma visão tão necessária no mundo hoje", declarou o comitê.

O anúncio do Nobel da Paz também foi feito no dia do aniversário de Vladimir Putin, mas a organização negou que a premiação tenha sido um recado ao líder russo. "Este prêmio não é endereçado ao presidente Putin, nem pelo seu aniversário nem em qualquer outro sentido, exceto pelo de que seu governo, assim como o de Belarus, representa um governo autoritário que suprime ativistas de Direitos Humanos", declarou o comitê.

A escolha do Nobel da Paz é vista como uma condenação a Putin e Alexander Lukashenko. Bialiatski, que está preso atualmente, é um dos principais opositores ao presidente do país. Segundo a porta-voz da oposição de Belarus, o ativista é mantido "em condições desumanas".

Ainda nos anos 1980, Bialiatski esteve na vanguarda do movimento pró-democracia bielorrusso. Em 1996, fundou a Viasna (Primavera), que nos anos seguintes transformou-se em uma organização dos direitos humanos que documenta torturas contra prisioneiros políticos.

"Eles (os vencedores do Nobel da Paz 2022) fizeram um esforço impressionante para documentar crimes de guerra, violações de direitos humanos e abusos de poder. Juntos, demonstram a importância da sociedade civil para a paz e a democracia", disse Berit Reiss, presidente do comitê norueguês do Nobel.

Logo após a premiação, os organizadores do prêmio pediram que as autoridades de Belarus soltem o ativista, preso desde 2020.

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