Um dos advogados da ativista venezuelana Rocío San Miguel, detida pelo regime de Maduro no último dia 9, denunciou, nesta quarta-feira (28), que ela está há 20 dias sem direito à defesa legal. A presidente da ONG Controle Cidadão é acusada de orquestrar um plano para assassinar o sucessor de Hugo Chávez.
O jurista Joel García afirmou que, desde o momento de sua prisão, tanto San Miguel como seu ex-companheiro, Alejandro José González Canales, estão completamente incomunicáveis.
“Até esta data não houve comunicação (legal) com a cliente e, no caso de Alejandro González Canales, nunca teve comunicação com sua família imediata, nem com filhos, outros parentes ou amigos. Ou seja, ele está totalmente isolado”, disse à imprensa.
A defesa de Rocío acrescentou que o Serviço Bolivariano de Inteligência (SEBIN) e os agentes penitenciários não permitem que a ativista deixe sua cela em El Helicoide para um espaço onde possa conversar com eles em particular. Durante a coletiva, o advogado exigiu das autoridades judiciárias respeito aos direitos fundamentais da ativista.
San Miguel foi detida no Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía, em Caracas, quando se preparava para embarcar em um voo para Miami com a família. O procurador-geral do país, Tarek William Saab, aliado de Maduro, confirmou sua detenção dias depois e anunciou as acusações formais contra a também advogada em 19 de Fevereiro.
Segundo o chavista, San Miguel entregou "informações de Estado" sobre sistemas de defesa militar do país a um embaixador da União Europeia (UE) e a embaixadas de outros três países, sem detalhar quais eram.
Saab ainda acusou a ativista de "agir mais como uma espiã do que uma defensora dos direitos humanos". Sem apresentar provas, ele declarou que Rocío recebia pagamentos em dinheiro de uma empresa petrolífera estrangeira.
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