Um executivo do Google que se tornou um herói da revolução egípcia vale ouro para as relações públicas da empresa, mas analistas afirmam que a companhia deve ter cuidado para não exagerar a mão.
O executivo de marketing Wael Ghonim, do Google, se tornou a face pública da revolta que derrubou o presidente Hosni Mubarak, que entregou o poder para o Exército na sexta-feira.
Ghonim foi detido pelas Forças de Segurança e ao ser libertado manteve seu protesto pela renúncia de Mubarak.
Quando o acesso à Internet foi cortado no Egito durante a fase inicial dos protestos, os engenheiros do Google trabalhando em conjunto conseguiram uma forma de permitir que os egípcios usassem o Twitter, discando um número de telefone e deixando uma mensagem de voz.
Apesar da associação da empresa com os eventos no Egito, o Google ainda não fez comentários sobre a agitação política no país. Em vez disso, concentrou-se em valores em torno da liberdade de informação e da Internet. "Estamos muito orgulhosos de ver o pessoal do Google tomar uma posição sobre essas questões", disse a porta-voz Jill Hazelbaker, na sexta-feira quando questionada sobre Ghonim.
O episódio tem sido positivo para a empresa. "Isso vai dar ao Google um pouco de publicidade positiva", disse Rosabeth Kanter, da Harvard Business School. Mas ela acrescentou: "Eles têm que ser cuidadosos."
Consumidores e empresas amam as ferramentas de comunicação que o Google oferece e mantém, mas governos menos democráticos podem ver o Google como uma ameaça. "O Google não será o site de buscas escolhido por eles", disse ela.
"(Em tese) você vai lá para vender produtos e serviços, você não vai lá para derrubar o regime."
Os laços de Ghonim com o Google e com a Internet tornaram-se parte de sua imagem e seu apelo.
"Eu sempre disse que se você quiser libertar uma sociedade, é só dar-lhe a Internet", disse Ghonim em uma entrevista à CNN na sexta-feira.
Ele ajudou a criar uma página no Facebook dedicada às vítimas da brutalidade policial, o que ajudou a desencadear os protestos.
Ferramentas da Internet, redes sociais como Facebook e Twitter tiveram um papel decisivo na revolta egípcia, ajudando a organizar e a informar os manifestantes.
Mas o Google tem feito um progresso irregular em termos do cumprimento do objetivo "Não seja malvado."
A empresa assumiu uma posição pública contrária à censura na China e se retirou parcialmente do território no ano passado, redirecionando internautas para seu site em Hong Kong.
Mas a empresa censurou seus próprios resultados de busca na China por vários anos antes de transferir o serviço de pesquisa online para Hong Kong.
Fim do ano legislativo dispara corrida por votação de urgências na Câmara
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Frases da Semana: “Alexandre de Moraes é um grande parceiro”
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais