O ativista Anna Hazare iniciou nesta terça-feira (27) na cidade de Mumbai uma nova greve de fome para exigir que o Parlamento endureça uma lei anticorrupção aprovada recentemente pelo Governo.
Segundo a imprensa local, Hazare irá jejuar durante três dias em um complexo da autoridade municipal de desenvolvimento situado no bairro de Bandra, no noroeste da metrópole, aonde chegou na noite desta segunda-feira acompanhado por centenas de seguidores.
As autoridades desdobraram na região dois mil agentes e 200 subinspetores da Polícia, assim como grandes contingentes de outros corpos das forças de segurança, informou a agência oficial "PTI".
"Não gosto de greves de fome, mas a inação do Governo e sua falta de vontade para reduzir a corrupção me forçam a fazê-las", disse Hazare.
Ao longo de 2011, o septuagenário ativista questionou o Executivo pelo mesmo motivo com greves de fome em duas ocasiões - em abril e agosto -, no que foi apoiado por milhares de pessoas.
"Qualquer que seja a resposta do Governo, apelo ao povo que não recorra à violência. Promoveremos esta agitação só com métodos não violentos", acrescentou o ativista.
A minuta da Lei Lokpal foi aprovada no último dia 20 pelo Governo e depois apresentada ao Parlamento, onde desde esta segunda-feira está sendo debatido pelos deputados, antes de ser submetida a votação nesta semana.
A nova lei, uma antiga reivindicação que nunca se materializou, prevê a criação de um organismo de defesa pública com capacidade para investigar casos de corrupção entre figuras do poder público, incluindo ministros e o próprio chefe de Governo.
Mas Hazare, cuja equipe negociou durante meses os pontos da lei, qualificou de "débil" a minuta ratificada pelo Governo que não outorga capacidade executiva ao mencionado órgão de defesa pública, entre outras críticas.
Hazare declarou ainda que após seu jejum de três dias irá a Nova Délhi para protestar em frente à residência da líder do governamental Partido do Congresso, Sonia Gandhi.
O ativista convocou seus seguidores a se juntarem a ele em um movimento de desobediência civil para o qual já estão confirmadas 130 mil pessoas, segundo o periódico indiano "The Hindu".
A corrupção é percebida na Índia como um dos problemas mais graves e, segundo uma enquete divulgada este ano, a maioria dos indianos acredita que seu Governo é corrupto (60%) e apoia os ativistas nessa luta.