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Manifestantes tailandeses recusaram-se na quarta-feira a deixar o seu acampamento fortificado em Bangcoc, dizendo que antes o primeiro-ministro tem de fixar uma data para dissolver o Parlamento.

Os "camisas vermelhas", que exigiam uma eleição imediata, concordaram em participar de um processo de reconciliação proposto pelo primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva para encerrar uma crise que dura dois meses. Mas eles discordam da ideia do premiê de convocar eleições em 14 de novembro.

Milhares de manifestantes, em geral favoráveis ao ex-premiê Thaksin Shinawatra, estão acampados em um sofisticado bairro comercial da capital, onde muitos hotéis e shoppings estão fechados há várias semanas, causando enormes prejuízos.

"Vamos ficar até que Abhisit nos diga a data da dissolução (do Parlamento)", afirmou Worawut Vichaidit, um dos líderes da Frente Unida pela Democracia contra a Ditadura, nome oficial do movimento.

"O governo deveria retirar todas as forças de segurança antes. Abhisit não tem o direito de marcar a data da eleição - isso é tarefa da Comissão Eleitoral. Não sabemos quanto podemos confiar no governo", declarou ele à multidão num palanque.

O país está sob estado de emergência desde 7 de abril, e milhares de soldados e tropas de choque cercam o acampamento, em geral de forma discreta.

O parlamentar governista Sirichok Sopha disse que a data da dissolução do Parlamento não é uma questão importante, e que o governo precisa estudar o melhor momento, dando a si mesmo uma margem para aprovar o orçamento para o ano fiscal que começa em outubro, por exemplo.

"A respeito da lei eleitoral, que prevê que a dissolução da Câmara deve acontecer 45 a 60 dias antes da data eleitoral, podemos calcular que essa dissolução deveria ser de 15 a 30 de setembro, o que (os manifestantes) poderiam ser capazes de calcular por si mesmos", disse ele a jornalistas.

O processo de reconciliação não deve ter avanços significativos na quarta-feira, já que ambos os lados não querem desrespeitar o Dia da Coroação do reverenciado rei Bhumibol Adulyadej, que é feriado nacional. Abhisit era esperado em cerimônias oficiais, mas sem se pronunciar.

No palanque do acampamento "vermelho," monges budistas entoaram cânticos e orações em homenagem ao monarca, de 82 anos, que está hospitalizado desde setembro, mas na quarta-feira participou de uma cerimônia real, na qual não discursou. A população lotou as ruas que dão acesso ao Grande Palácio para vê-lo.

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