O Conselho da Cidade de Minneapolis, no estado norte-americano do Minnesota, aprovou por unanimidade, na última sexta-feira (26), uma resolução que tem como objetivo desmantelar o Departamento de Polícia do município. O objetivo é substituir o órgão por um “sistema de segurança pública liderado pela comunidade”, batizado de Departamento de Segurança Comunitária e Prevenção da Violência.
A discussão por parte do conselho é o primeiro passo para que o assunto possa ser levado às urnas em novembro, nas eleições presidenciais - nos EUA, o evento também é usado para que os eleitores possam decidir sobre questões locais. A iniciativa, porém, é alvo de críticas por parte de ativistas negros, segundo informações do Star Tribune, maior jornal do Minnesota.
Foi em Minneapolis que George Floyd foi morto no fim de maio, em episódio que colocou a força policial local em negativa evidência. Ao mesmo tempo, é importante lembrar que o Departamento de Polícia da cidade é comandado por um homem negro, Medaria Arradondo, o primeiro afro-americano a ocupar o posto. Caso a proposta do Conselho da Cidade seja aplicada, não se sabe qual será o futuro de Arradondo.
“Por que [essa decisão] agora, quando temos um chefe de Polícia afro-americano que é confiável e muito querido pela comunidade negra?", questionou Steven Belton, presidente e CEO da Urban League Twin Cities, organização de direitos civis.
O pastor Brian Herron, ministro na Zion Baptist Church, no Norte de Minneapolis, afirmou que a atitude do Conselho da Cidade foi "apelativa". "Temos um departamento [o de Polícia] que tem problemas, mas, ao mesmo tempo, é um departamento que, com a liderança do nosso chefe, pode ser realmente transformado. A cultura do policiamento pode mudar drasticamente se fornecermos o apoio adequado", opinou.
Já as organizações que defendem o fim da polícia na cidade, como a Black Visions Collective, vêm pressionando há anos a Prefeitura de Minneapolis para transferir o orçamento do Departamento de Polícia para programas comunitários e de prevenção da violência, numa manobra que conduziria a cidade em direção a uma sociedade livre da força policial.
“Temos trabalhado para que o financiamento da polícia acabe principalmente porque sentimos que esse é um passo importante para, efetivamente, abolir a polícia e direcionar os recursos às nossas comunidades para que possamos promover uma verdadeira segurança”, disse Kandace Montgomery, diretora do Black Visions Collective.
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