Contexto
Para os ucranianos, a Rússia foi a responsável por articular o referendo na região autônoma da Crimeia, em março:
Agressão
A península, com 60% de maioria russa, decidiu se reincorporar a Moscou, o que foi considerado uma agressão pelo novo governo ucraniano, os EUA e a União Europeia.
Isolamento
Os dois últimos aplicaram sanções econômicas à Rússia e tentam isolar politicamente o país, ao retirá-lo do G-8 e ao promover uma votação de uma resolução condenando a incorporação da Crimeia na Assembleia-Geral da ONU.
Invasão
Levantes ocorreram Donetsk, Kharkiv e Lugansk. Nessas regiões, prédios da administração local e das forças de segurança foram tomados pelos manifestantes, sem atos violentos.
Troca
Os ativistas substituíram a bandeira da Ucrânia pela russa. Após negociações, os ativistas abandonaram a sede do governo de Kharkiv, mas os de Donetsk se recusaram a deixar o edifício.
Enviados
Para tentar lidar com a crise, o governo ucraniano enviou o ministro do Interior, Arsen Avakov, a Kharkiv e o vice-primeiro-ministro para assuntos de segurança, Vitali Iarema, a Donetsk.
Um dia depois de invadir prédios do governo ucraniano, ativistas pró-Rússia declararam independência e convocaram um referendo em Donetsk, no leste do país, aumentando a tensão na região.
Os governos da Ucrânia e dos Estados Unidos acusam a Rússia de estar por trás dessas ações, que se já estendem por outras cidades de relevância política e econômica, como Kharkov e Lugansk.
"O roteiro está escrito pela Rússia e seu único objetivo é desmembrar a Ucrânia. Não vamos permitir", acusou o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk.
O leste ucraniano, onde a língua russa predomina, é estratégico para Kiev, principalmente Donetsk, centro industrial e de negócios.
Cerca de 2 mil militantes pró-Rússia anunciaram um Conselho Popular de Donetsk, em que não reconhecem o governo ucraniano.
Um homem em um auditório do prédio do governo local anunciou a independência e foi aplaudido pelos presentes. Como a região metropolitana de Donetsk é extensa, ainda é muito cedo para falar em separação de fato.
Segundo a rede CNN, tropas especiais da Ucrânia haviam retomado a sede das forças de segurança de Donetsk, retirando os manifestantes.
Prometendo um referendo para 11 de maio, os ativistas pediram ajuda à Rússia. "Estamos prontos para lutar por nossas ideias, mas sem a ajuda da Rússia não será fácil resistir", disse um deles.
O governo dos EUA mantém a crítica aos russos, a quem acusa de estar por trás dessas ações.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou que o presidente Vladimir Putin tem de parar de "desestabilizar" a região e disse ter informações de que manifestantes pró-Rússia estariam sendo pagos para agir.
"Estamos preparados para novas sanções contra a economia russa", disse.
O governo russo tem negado envolvimento nos recentes episódios. Ontem, o Ministério de Relações Exteriores disse que Kiev precisa parar de culpar a Rússia pelos "problemas" da Ucrânia.
Outras
A cidade de Kharkov, a segunda maior da Ucrânia, teve a sede do governo tomada por ativistas, que exigem a criação de uma federação na Ucrânia. Em Lugansk, capital da região homônima, ativistas a favor de Moscou controlam a sede do Serviço de Segurança da Ucrânia desde domingo.
Área de busca pelo Boeing é restringida
A agência australiana que coordena as buscas pelo Boeing 777 da Malaysia Airlines restringiu a área de operações. Hoje, as buscas serão feitas em uma região de 77.580 km2 a 2.268 km da cidade australiana de Perth. Serão usados até 11 aviões militares, 3 aviões civis e 14 navios, segundo o comunicado da agência.
Ontem, até nove aviões militares e três civis, além de 14 navios participaram das buscas em uma área de 234 mil km2.
O ex-chefe das Forças Armadas australianas, Angus Houston, que coordena as operações no oceano Índico, disse que o sinal captado pelo navio australiano HMAS Ocean Shield é a "pista mais promissora" até agora.
O navio equipado com um detector americano, o Towed Pinger Locator, captou ontem um sinal sonoro que, contudo, pode não ser necessariamente das caixas-pretas do voo MH370, que desapareceu em 8 de março, 40 minutos depois de decolar de Kuala Lumpur rumo a Pequim.
Os sinais captados a cerca de 1700 km da cidade australiana de Perth tinham as mesmas características de sinais transmitidos por caixas-pretas.
Enquanto o esforço para localizar as caixas-pretas pode levar meses, os sinais emitidos por esses equipamentos devem acabar nesta semana, já que sua bateria dura cerca de 30 dias.
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