As forças sírias mataram 111 pessoas antes do início de uma missão para monitorar a implementação pelo presidente Bashar al-Assad de um plano de paz da Liga Árabe, disseram ativistas nesta quarta-feira (21), enquanto a França descrevia as mortes como um "massacre sem precedentes". Rami Abdulrahman, do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, disse que 111 civis e ativistas foram mortos, além de haver cem vítimas entre desertores do Exército na província de Idlib, transformando a terça-feira, segundo ele, no "dia mais sangrento da revolução síria", "Houve um massacre de uma escala sem precedentes na Síria na terça", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França, Bernard Valero. "É imperativo que o Conselho de Segurança da ONU emita uma firme resolução pedindo o fim da repressão." O Conselho Nacional Sírio, principal força da oposição, exigiu uma ação internacional para proteger os civis. A escalada do número de mortos em nove meses de distúrbios populares levantou o espectro da guerra civil na Síria, com Assad, de 46 anos, tentando parar os protestos com soldados e tanques apesar das sanções internacionais impostas para levá-lo ao caminho da reforma. O Observatório disse que rebeldes destruíram 17 veículos militares em Idlib, uma província na fronteira com a Turquia, desde domingo, matando 14 membros das forças de segurança na terça-feira em uma emboscada na província de Deraa, ao sul, onde começaram os protestos contra Assad. Os eventos na Síria são difíceis de comprovar porque as autoridades proibiram o trabalho da maior parte dos jornalistas independentes. Mas o banho de sangue de terça-feira elevou para mais de 200 número de mortes divulgado por ativistas nas últimas 48 horas.
Monitores de paz
O Conselho Nacional Sírio disse que 250 pessoas foram mortas na segunda e na terça-feira em "massacres sangrentos", e que a Liga Árabe e as Nações Unidas devem proteger civis. A entidade exigiu "uma sessão de emergência do Conselho de Segurança da ONU para discutir os massacres do regime (de Assad) em Jabal al-Zawiyah, Idlib e Homs, principalmente", e pediu a criação de "zonas de segurança" sob proteção internacional. Também disse que essas regiões deveriam ser declaradas áreas de desastre e instou o Crescente Vermelho Internacional e outras organizações humanitárias a fornecer ajuda. Na terça-feira, o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, disse que uma equipe de observação iria para a Síria na quinta-feira preparar o caminho para a chegada de 150 monitores no final de dezembro. A Síria adiou durante semanas a assinatura de um protocolo, firmado na segunda-feira, para permitir a entrada dos monitores, que vão checar seu compromisso com o plano para acabar com a violência, retirar os soldados das ruas, libertar os prisioneiros e dialogar com a oposição. "Daqui a uma semana, a partir do início da operação, saberemos (se a Síria está cumprindo o acordo)", disse Elaraby. Ativistas pró-democracia sírios estão céticos sobre o compromisso de Assad com o plano que, se implementado, poderia reforçar as exigências dos manifestantes pelo fim de seus 11 anos de governo, que se seguiram a três décadas de domínio sob seu pai. As Nações Unidas disseram que mais de 5.000 pessoas foram mortas na Síria desde que os protestos anti-Assad começaram em março, encorajados por outros levantes populares no mundo árabe que derrubaram ditadores na Tunísia, Egito e Líbia até agora.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink