Em um apelo à comunidade internacional, ativistas afirmaram que tropas da Síria mataram pelo menos 100 pessoas em uma cidade do noroeste do país, em um dos mais sangrentos incidentes desde o início do levante contra o presidente Bashar Assad, em março. O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, sediado na Grã-Bretanha, afirmou que as mortes ocorreram na cidade de Kfar Owaid, na província de Idlib, noroeste do país, na terça-feira. Segundo o grupo, 111 pessoas morreram. Os Comitês de Coordenação Local, outro grupo ativista, afirma que mais de 100 foram mortos nessa cidade. A província de Idlib é um das fortificações da oposição ao regime de Bashar Al Assad na Síria e é palco de enfrentamentos entre o Exército e soldados desertores.
Anteriormente, os dois grupos haviam informado que tropas do regime atacaram a cidade com artilharia pesada, matando dezenas. Segundo a ONU, mais de 5 mil pessoas foram mortas na repressão síria desde março. As informações foram divulgadas ontem pouco antes da chegada de uma equipe da Liga Árabe que deve preparar a ida de uma missão de observadores ao país.
O vilarejo de Kfar Owaid fica a apenas 48 quilômetros da fronteira com a Turquia, na região montanhosa de Jabal al-Zawiyah. "Foi um massacre organizado", disse Rami Abdul Rahman, chefe do Observatório Sírio, em Londres. Segundo os ativistas, todos os mortos eram civis e não existiam desertores em Kfar Owaid durante as horas de bombardeios e ataques.
A ação gerou condenações dos governos dos Estados Unidos e da Turquia. Os EUA alertaram sobre novas medidas internacionais para pressionar a Síria a interromper a sangrenta repressão contra os manifestantes e disseram que o presidente sírio Bashar Assad "não merece governar".
A Casa Branca, informa a agência France Presse (AFP), disse que se Damasco não implementar totalmente o plano da Liga Árabe para conter a violência, "a comunidade internacional tomará passos adicionais para pressionar o violento regime de Assad a interromper a repressão".