Pouco antes de o Sol nascer na Flórida, o último ônibus espacial fez um pouso tranquilo ontem, no Centro Espacial Kennedy, pondo fim à etapa mais longa e tempestuosa da exploração tripulada do espaço pela Nasa.
Em sua derradeira missão, o Atlantis passou 13 dias no espaço, levando toneladas de equipamentos, peças de reposição e suprimentos para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla inglesa). A nave também trouxe de volta várias toneladas do lixo produzido pelo posto avançado da Terra no espaço.
O Atlantis, comandado por Chris Ferguson e tripulado pelo piloto Rex Walheim e pelos especialistas de missão Sandy Magnus e Doug Hurley, chegou às 6h56 (horário de Brasília), exatamente o horário previsto desde que o pouso tinha sido acertado para esta quinta. "Parece que vai ser um dia lindo", disse Ferguson antes de pousar.
O aviso duplo da chegada foi o de sempre: dois estrondos sônicos causados pela violência da passagem da nave espacial pelo ar.
"Ele [o Atlantis] incendiou a imaginação de uma geração inteira e foi uma nave como nenhuma outra", declarou o comentarista oficial da Nasa TV, emissora da agência espacial, conforme o Atlantis deslizava pela pista da Flórida como se fosse um avião de carreira.
A nave agora irá para um museu, o do Complexo de Visitantes do Centro Espacial Kennedy, perto da própria pista da pouso. Destino parecido terão os demais ônibus espaciais sobreviventes da frota. O Discovery irá para a Instituição Smithsonian em Chantilly, na Virgínia, enquanto o Endeavour terá como novo lar o Centro de Ciência da Califórnia, localizado em Los Angeles.
Os EUA ficam agora sem acesso próprio ao espaço até, no mínimo, a metade desta década, quando naves construídas pela iniciativa privada (com apoio da Nasa) deverão entrar em operação. Por enquanto, astronautas americanos vão depender de caronas nas naves russas Soyuz para acessar a órbita baixa da Terra e participar da tripulação da ISS.
Assista ao pouso do ônibus espacial Atlantis em Cabo Canaveral