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O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, em comício em Lititz, na Pensilvânia, neste domingo (3)
O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, em comício em Lititz, na Pensilvânia, neste domingo (3)| Foto: EFE/JIM LO SCALZO

A dois dias das eleições presidenciais nos Estados Unidos, uma pesquisa da AtlasIntel colocou Donald Trump na liderança nos sete estados-pêndulo, os chamados swing states, sugerindo que o ex-presidente tem reais chances de voltar à Casa Branca.

Com uma vantagem média de 3,2 pontos percentuais sobre Kamala Harris nesses estados, a pesquisa AtlasIntel mostrou um cenário favorável para Trump.

Esse dado é reforçado pelo agregador de pesquisas Real Clear Politics, que aponta uma vantagem média de 1,2 ponto percentual para Trump nos mesmos estados.

A pesquisa, realizada entre 1 e 2 de novembro, revela que Trump tem uma vantagem significativa no Arizona (6,5 pontos), Nevada (5,5 pontos) e Carolina do Norte (3,4 pontos).

Na Geórgia, Trump lidera com uma vantagem de 2,5 pontos percentuais. Mesmo em estados onde a disputa é mais acirrada, como Pensilvânia (1,8 ponto), Michigan (1,5 ponto) e Wisconsin (1 ponto), Trump mantém uma leve vantagem, indicando uma disputa acirrada e uma possível volatilidade até o dia da votação.

Perfis demográficos e surpresas no apoio de minorias

Um ponto que chama a atenção é o crescimento de Trump entre grupos que tradicionalmente apoiam candidatos democratas. No Arizona e em Nevada, por exemplo, ele lidera entre os hispânicos, com 51,4% e 49,5% dos votos, respectivamente.

Além disso, a AtlasIntel revelou uma expressiva liderança de Trump entre eleitores negros em Wisconsin, onde ele alcança impressionantes 64,8%, comparados aos 35,2% de Harris.

Esse número é altamente significativo, uma vez que o voto negro tem sido um pilar do Partido Democrata por décadas. Caso essa tendência se mantenha, ela pode refletir uma mudança inédita no cenário eleitoral, possivelmente impulsionada por temas econômicos e de segurança, frequentemente enfatizados pela campanha republicana.

Diferenças regionais e o peso dos eleitores suburbanos

A pesquisa também destaca as diferenças regionais dentro dos swing states, com eleitores suburbanos emergindo como o fator decisivo. Nos estados em análise, mais da metade dos eleitores vive em áreas suburbanas, como é o caso de 59% na Geórgia e 57,2% no Arizona.

Esse perfil de eleitores tende a apresentar um equilíbrio entre valores tradicionais e preocupações com economia e segurança pública, tornando-os mais suscetíveis a oscilarem entre candidatos. Com eleitores urbanos inclinados aos democratas e rurais aos republicanos, as regiões suburbanas concentram o voto que pode selar o resultado eleitoral.

Mudanças nas preferências nacionais

No panorama nacional, Trump também apresenta uma leve vantagem sobre Harris, com 1,8 ponto percentual de diferença na pesquisa da AtlasIntel.

Esse resultado reflete um cenário de reversão em comparação às eleições anteriores: em 2020, Biden liderava por 7,2 pontos na mesma época, e Hillary Clinton mantinha uma vantagem de 1,8 ponto em 2016, de acordo com o agregador Real Clear Politics.

Essa diferença, hoje favorável a Trump, pode indicar um desgaste da agenda democrata, especialmente em temas de economia, inflação e políticas de segurança – áreas que impactam diretamente a vida dos eleitores.

Embora Kamala Harris tenha uma ligeira vantagem entre mulheres e ainda mantenha a maioria do voto latino e negro em nível nacional, a erosão do apoio em certos estados críticos e entre minorias sugere uma possível mudança de tendência.

Metodologia da pesquisa

A pesquisa da AtlasIntel foi realizada com uma amostra representativa de eleitores prováveis, entre 1 e 2 de novembro de 2024, com margem de erro de ±2 a ±4 pontos percentuais, dependendo do estado.

Utilizando o método de Recrutamento Digital Aleatório (Random Digital Recruitment - Atlas RDR), a pesquisa teve um nível de confiança de 95% e foi ajustada para refletir a composição demográfica de cada estado, incluindo gênero, faixa etária, renda e escolaridade.

Na Pensilvânia, onde a amostra foi mais ampla (2.049 eleitores), a margem de erro foi menor, de ±2 pontos, o que dá maior robustez aos dados.

Nos estados com amostras menores, Wisconsin e Nevada, a margem de erro aumentou para ±4 pontos, recomendando uma interpretação mais cautelosa dos resultados.

Na Carolina do Norte, Michigan, Arizona e Geórgia, a margem de erro foi de 3 pontos.

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