Laurel Hubbard competiu na categoria acima de 87 kg em Tóquio-2020, mas não conseguiu medalha| Foto: EFE/Miguel Gutiérrez
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A Universidade de Otago, na Nova Zelândia, e sua associação de estudantes (Ousa, na sigla em inglês) elegeram a atleta transgênero Laurel Hubbard, de 43 anos, como a atleta feminina de 2021 na sua premiação anual em reconhecimento a talentos em diferentes áreas revelados na instituição.

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Hubbard, que foi a primeira atleta abertamente transgênero a disputar uma Olimpíada, iniciou a transição de gênero em 2012. Em Tóquio-2020 (realizada este ano devido à pandemia), ela competiu na categoria acima de 87 kg, mas falhou nas três tentativas de levantamento de 120 kg e 125 kg e não conseguiu medalha.

“Não poderíamos ter pensado em ninguém mais merecedora de ser eleita atleta feminina do ano do que Laurel Hubbard, que representou Otago e a Nova Zelândia incrivelmente bem nos Jogos Olímpicos de Tóquio deste ano”, declarou a presidente da Ousa, Michaela Waite-Harvey.

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Hubbard, que anteriormente havia disputado competições masculinas de levantamento de peso e passou a competir entre as mulheres em 2017, recebeu autorização para participar do torneio feminino nas Olimpíadas graças a uma regra que permite que mulheres transgêneros participem das disputas femininas desde que seus níveis de testosterona estejam abaixo de um determinado limite. Ela é a primeira pessoa transgênero a vencer o prêmio da Universidade de Otago em 113 anos de história do evento.

A premiação de Hubbard foi saudada por progressistas nas redes sociais, mas também foi criticada por muitos usuários. Alguns citaram o fato de que a esportista ganhou o prêmio de atleta feminina do ano mesmo não tendo conquistado uma medalha em Tóquio.

“Não conseguiu levantar o peso exigido. Foi eliminada. E foi escolhida atleta feminina do ano. Porém, a motivação do prêmio não foi política”, ironizou um usuário do Twitter. “Mesmo que Laurel Hubbard fosse uma mulher biológica, Laurel ainda não deveria ganhar o prêmio de atleta feminina do ano. Laurel ficou em último na sua categoria, enquanto algumas mulheres da Nova Zelândia ganharam medalhas de ouro. Por que a melhor mulher não recebeu o prêmio?”, acrescentou outra usuária.

Outros críticos da premiação argumentaram que atletas transgêneros, apesar de autorizadas a competir no esporte feminino, teriam vantagens pelo desenvolvimento físico como homens antes da transição de gênero. O radialista Ben Fordham, da rádio australiana 2GB, alegou que há um “prejuízo ao progresso que estamos fazendo nos esportes femininos”.

“Eles pensam que são inclusivos, mas tornam a vida das mulheres mais difícil”, apontou. “Quando a esportista do ano nasce homem, o politicamente correto foi longe demais. Se continuarmos a ouvir as patrulhas, o esporte feminino não será mais necessário. Tudo se resume à biologia, os homens geralmente - nem sempre - são mais fortes do que as mulheres”, acrescentou.

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