Um grupo de mulheres organizou uma passeata no domingo (8), em Caracas, pela revogação da medida adotada pelo governo venezuelano que autoriza uso de armas de fogo contra manifestantes.
A marcha, que aconteceu no dia internacional da mulher, foi liderada pela deputada cassada Maria Corina Machado, uma das líderes da oposição ao governo.
“A Constituição não é nenhum ‘detalhe’. Exigimos a anulação imediata da [resolução] 8610”, disse Corina em referência à ordem assinada pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, conforme relatado pelo jornal “El Nacional”.
Para a deputada cassada, as Forças Armadas venezuelanas não têm preparo nem poder para atuar em situações de segurança civil.
O texto da resolução determina que “diante de uma situação de risco mortal, o funcionário militar aplicará [o] uso da força potencialmente mortal, com arma de fogo ou outra arma potencialmente mortal” na situação de não existirem outras alternativas de “contenção física”.
Um adolescente de 14 anos foi morto em 24 de fevereiro por um tiro disparado por um policial durante protesto na cidade de San Cristóbal, no extremo oeste da Venezuela.
O autor do disparo foi identificado como sendo o policial Javier Mora Ortiz, 23. Ele foi preso e confessou o crime.
O governo trata o caso como um “ato individual” que não representa a “nova polícia humanista”, afirmou a ministra do Interior, Justiça e Paz, Carmen Meléndez.
UNASUL
Maria Corina Machado também fez críticas à delegação da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) que visitou o país na semana passada por não ter se reunido com supostas vítimas de repressão e jornalistas censurados pelo governo.
O bloco anunciou na sexta -feira que auxiliará a Venezuela na distribuição de certos produtos básicos, como leite, carne e remédios.
“Quando a Unasul diz que compartilhará comida, reconhece que há uma crise humanitária na Venezuela”, afirmou Corina.
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