Mais de 500 manifestantes foram detidos nesta quarta-feira (2) em Hong Kong depois de se negarem a deixar o centro financeiro da cidade após uma manifestação pró-democracia que reuniu milhares de pessoas.
No total 511 manifestantes foram detidos - 351 homens e 160 mulheres. Eles são acusados de "reunião ilegal e obstrução", segundo fontes policiais.
Milhares de pessoas marcharam em favor da democracia na terça-feira (1) pelas ruas da cidade e, depois da manifestação, muitos se recusaram a deixar o centro financeiro da cidade, onde permaneceram sentados e deitados nas ruas, o que levou à ação policial.
Cerca de 510 mil pessoas participaram da passeata, segundo os organizadores. A polícia disse que eram 98.6 mil manifestantes.
A tradicional manifestação de 1º de julho, que lembra o aniversário da devolução de Hong Kong à China, atraiu milhares de pessoas que percorreram as principais ruas da cidade reivindicando o voto universal e menos intervenção política do governo de Pequim nos assuntos da ex-colônia britânica.
O líder do Executivo de Hong Kong, C.Y. Leung, disse ontem que o governo estava tentando conseguir um consenso sobre a reforma política.
No domingo (29), um plebiscito extraoficial organizado pelo grupo Ocupar o Centro com Paz e Amor teve a participação de 800 mil pessoas. A votação irritou a China, que avisou que o pleito era ilegal e nulo.
A China já tinha autorizado, pela primeira vez, a realização de eleições em Hong Kong para a escolha do líder da cidade em 2017. Os candidatos, porém, terão que ser aprovados por um comitê indicado por Pequim - o que os ativistas não aceitam.
Os manifestantes também reclamam de um documento publicado recentemente pelo governo chinês que afirma que o alto grau de autonomia de Hong Kong não é inerente e, sim, uma autorização dada por Pequim.