Fred Thompson ainda nem anunciou oficialmente que vai concorrer à indicação republicana à eleição presidencial do próximo ano nos EUA, mas já está fazendo estragos e deixando preocupada a equipe que conduz a campanha de Rudolph Giuliani. De acordo com a última pesquisa Los Angeles Times/Bloomberg, o ex-prefeito de Nova York lidera com 27% da preferência do eleitorado republicano e independente que planeja votar nas primárias de janeiro. Só que a supreendente performance de Thompson nas sondagens já lhe garante 21%, deixando para trás nomes de peso do partido do presidente Bush, como o senador John McCain (12%) e o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney (10%).
Quando a pesquisa deu como opções apenas os quatro líderes da disputa, a vantagem de Giuliani sobre Thompson caiu (32% a 28%), deixando os outros dois pré-candidatos com 17% (McCain) e 14% Romney.
Thompson, que já foi senador por Tennessee, deve anunciar que está no páreo republicano no mês que vem. O comitê exploratório da campanha foi aberto no início deste mês.
Há analistas políticos que comparam a ascensão de Thompson com a do ex-presidente Ronald Reagan, também um ator sem muito sucesso que acabou surpreendendo e seduzindo o eleitorado americano. Ao contrário de Giuliani, cuja visão de temas como aborto, direitos dos homossexuais e armas lhe garantiram uma ampla base entre republicanos e independentes, Thompson representaria a ala mais conservadora dos republicanos, embora ainda não tenha se manifestado com mais solidez sobre essas questões.
Além de senador e ator, Thompson se dedicou a outras atividades. Em uma delas, foi lobista, entre 1975 e 1992, de empresas de peso como a General Electric. Como advogado, Thompson serviu como promotor público e consultor da comissão do Senado que investigou o escândalo de Watergate, entre (19731974), e sua voz foi consagrada nos registros da audiências, sendo marcante em vários momentos cruciais dos depoimentos no processo que levou à renúncia de Richard Nixon.
Mas o rosto de Thompson ficou conhecido por participações no cinema e, principalmente, na TV, onde desempenhou o papel de um promotor republicano na série "Law & Order", da qual se afastou em março, possivelmente para preparar sua nova investida política.
Na telona, Thompson tem feito papéis de figuras ligadas ao governo, interpretando chefe do Estado-Maior da Casa Branca, diretor da CIA (agência de inteligência dos EUA), alto agente do FBI (polícia federal americana), almirante e mesmo um senador. Ele participou de filmes de sucesso como "Sem saída", "Duro de matar II", "Caçada a outubro vermelho" e "Cabo do medo".
Quando os diretores de Hollywood querem alguém para personificar o poder governamental geralmente recorrem a Thompson", escreve o jornal "New York Times" em perfil do ator.
