A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira (9) não acreditar que os atos de espionagem do governo dos Estados Unidos sejam responsabilidade do governo Barack Obama, mas parte de uma política em curso desde o 11 de Setembro. Ela concedeu nesta quarta entrevista à rede norte-americana CNN, divulgada em duas partes --a segunda, nesta quinta-feira (10).
Segundo ela, os norte-americanos "deram vários passos" em responder às exigências brasileiras depois de revelado que o governo dos EUA espionou a presidente, assessores de seu governo e estatais. Desde o ano passado, o relacionamento entre os dois países está praticamente congelado.
Dilma relatou que cancelou sua visita de Estado àquele país porque a relação com o Brasil fora afetada por "revelações que nós não tínhamos controle, não sabíamos que existiam".
"Naquele momento o governo Obama estava em processo de equacionar esse problema... essa questão da espionagem internacional, e não tinha condições de responder para nós. Como não tinha condição de responder para nós, nós não tivemos nenhuma outra ação... por exemplo, eu ia fazer uma visita e não fiz por isso", disse a presidente.
"Isso não implicou em nenhuma ruptura com o governo Obama. Implicou simplesmente em colocar as cartas na mesa e dizer 'olha, isso é impossível'. Hoje eu acredito que eles deram vários passos", continuou Dilma.Em junho, Dilma havia afirmado, em entrevista no jornal "The New York Times", estar "certa de que podemos retomar nossa relação com os Estados Unidos de onde elas pararam" e de que pode remarcar a visita de Estado ao país, que cancelou em 2013.
Na entrevista desta quarta, entretanto, Dilma não deu indicativos concretos de que isso pode acontecer.
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