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Atos pró e antifascistas tomam ruas no Leste da Alemanha

Manifestantes agitam bandeiras alemãs em Chemnitz | JOHN MACDOUGALLAFP
Manifestantes agitam bandeiras alemãs em Chemnitz (Foto: JOHN MACDOUGALLAFP)

A extrema direita alemã tentou mostrar um sinal de unidade neste sábado (1º), com planos de que distintos protestos convergissem em uma só megamanifestação em Chemnitz, no leste do país. Protestos começaram na cidade no fim de semana passado depois da morte de um alemão, supostamente esfaqueado por imigrantes da Síria e do Iraque. 

Uma contramanifestação planejada por movimentos antifascistas e partidos de esquerda também ocupou as ruas de Chemnitz, colocando em teste a capacidade das autoridades de manter a ordem depois que cenas de "justiceiros" perseguindo estrangeiros pela cidade e de skinheads fazendo a saudação nazista chocaram a Alemanha e o mundo durante a semana. 

O ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas, disse neste sábado em uma rede social que os alemães têm um dever especial de se posicionar contra o fascismo. "Quando pessoas estão novamente vagando por nossas ruas com a saudação de Hitler, nossa história exige que nos posicionemos pela democracia." 

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As manifestações antifascistas começaram com uma marcha com o lema "Coração em vez de Ódio". O ponto de partida dos manifestantes foi a estátua de Karl Marx no centro da cidade, que durante a era comunista era conhecida como Karl-Marx-Stadt. 

Atos convocados pelos partidos Alternativa para a Alemanha (Afd, de direita) e Pegida (neonazista) vão homenagear o homem esfaqueado. "Quem foi a vítima?", perguntou uma mulher no ato antifascista. "A extrema-direita está explorando sua morte, dizendo que 'a Alemanha foi assassinada'. Mas ele era um antifascista, e as pessoas de fora da cidade não sabem disso." 

O vazamento da prisão de um sírio e de iraquiano pelo esfaqueamento para membros do Pegida levantou questionamentos sobre se a polícia do estado da Saxônia simpatiza com os extremistas.

Polícia 

A polícia informou ter pedido aos organizadores da marcha anti-imigração para encerrá-la devido a preocupações com segurança e por ela ter excedido o limite de tempo autorizado.

Segundo o órgão de segurança Estado da Saxônia, a ação atraiu cerca de 4,5 mil participantes. A presença maciça de policiais tentava manter a multidão longe de um outro protesto com 4 mil pessoas, de pessoas que se opõem à postura anti-imigração. Os campos opostos se confrontaram violentamente na segunda-feira, chocando moradores de outras partes da Alemanha.  

O ministro do Interior da Alemanha, Horst Seehofer, disse que entende por que as pessoas "estão preocupadas com o brutal assassinato" de um cidadão alemão. Segundo o Funke Media Group, Seehofer afirmou que, apesar do medo e da raiva, "não há desculpa para a violência" em Chemnitz.  

A firme postura de Seehofer sobre migração o colocou em desacordo com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. No entanto, ele enfatizou uma mensagem de unidade. "Precisamos de um Estado forte e temos que fazer tudo politicamente para superar a polarização e divisão de nossa sociedade."  

Com informações da Associated Press.

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