Uma grande manifestação em homenagem às vítimas da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) percorreu neste domingo (13) as ruas de Santiago (Chile) e terminou com violentos confrontos com a polícia.

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Os participantes da marcha pediam o fechamento de uma prisão especial onde ex-militares condenados por crimes durante a ditadura teriam privilégios.

Entre a noite de quinta (10) e a noite deste sábado (12), ao menos dez pessoas ficaram feridas, a maioria em Santiago, e 52 foram detidas em distúrbios com a polícia durante atos que lembraram o golpe militar.

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Em um acontecimento inédito, a marcha deste domingo -que lembrou os 42 anos do golpe militar que instalou a ditadura- terminou em um cemitério que abriga um memorial aos desaparecidos e mortos pelo regime ditatorial.

“A ferida segue aberta, porque a verdade não está contada e não foi feita justiça”, disse à agência AFP Tania Núñez, 53, que participou da manifestação carregando uma foto de um dos mais de 3.200 assassinados pela ditadura.

Com a voz de Allende saindo de alto-falantes, milhares de pessoas, dançando ao som de tambores, cruzaram o palácio La Moneda para começar uma caminhada de vários quilômetros.

Ao longo do caminho, o descontentamento contra a prisão de Punta Peuco -localizada a 50 km de Santiago e que abriga uma centena de ex-membros das Forças Armadas condenados por torturas, sequestros e mortes- foi sentido através dos cantos, cartazes e comentários entre os participantes.

O governo da socialista Michelle Bachelet -que atravessa seu nível mais baixo de aprovação, com 22%- reiterou no sábado que está avaliando um possível fechamento da prisão, embora tenha negado que existam privilégios no centro de reclusão.

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Na sexta-feira, Bachelet destacou que 42 anos após o golpe que “devastou” o país ainda resta uma dívida pendente e que faltam “verdades a conhecer e justiça por aplicar”.

Diante do imenso memorial com milhares de nomes daqueles que foram mortos pela repressão militar, os familiares depositaram cravos.

A poucos metros dali foram registrados violentos confrontos que terminaram com a polícia lançando água e gases nos manifestantes.

A sangrenta ditadura de Pinochet deixou mais de 3.200 mortos e cerca de 38 mil torturados.

Violador morto

Na sexta-feira, dia em que o golpe militar no Chile completou 42 anos, morreu Marcelo Moren Brito, 80, uma das principais figuras da temida polícia política da ditadura de Pinochet, a Dina.

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Brito teve participação comprovada em emblemáticos crimes, incluindo na Caravana da Morte, viagem de extermínio que percorreu o país e que deixou dezenas de mortos.

O ex-coronel estava condenado a mais de 300 anos por violação dos direitos humanos e cumpria sua condenação na prisão de Punta Peuco