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Vacinação

Atraso e pouca transparência marcam avanço da vacinação na Venezuela

Em Caracas, venezuelanos caminham para um posto de vacinação (Foto: EFE)

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Em meio a um aumento de queixas de não cumprimento do calendário estipulado pelo próprio governo estipulou e de falta de transparência nos números da imunização, a Venezuela avança no processo de aplicação da terceira dose da vacina contra a Covid-19.

No último dia 23 de dezembro, quando foram confirmados os primeiros casos da variante ômicron no país, o ditador Nicolás Maduro anunciou o plano de vacinação de reforço. A aplicação das doses de reforço começaria oficialmente em 3 de janeiro e, de acordo com o ministro da Saúde, Carlos Alvarado, os primeiros a serem imunizados deveriam ser os profissionais que têm contato direto com pacientes infectados e, em seguida, os demais funcionários da área de saúde. Depois, viriam os maiores de 60 anos, seguidos por pessoas menores de 60 anos com comorbidades e por trabalhadores que estão em contato com o público.

Ocorre que, apesar das informações dadas pelo ministro Alvaradoe da insistência de que a Venezuela tem todas as doses necessárias, o sindicato Monitor Salud está exigindo que as vacinas cheguem a todos os hospitais do país porque, segundo seus dados, apenas 73% dos centros de saúde receberam a terceira dose para imunizar seus funcionários. O sindicato indicou que, de acordo com uma pesquisa realizada em 63 centros de saúde em 21 estados da Venezuela e Caracas, apenas 46 hospitais disseram ter recebido doses de reforço e em 26% desses não apenas profissionais de saúde estavam sendo vacinados, mas também a população em geral.

Segundo a agência EFE, a confusão aconteceu porque, desde o primeiro dia dessa nova etapa do processo de imunização, os cidadãos, sem discriminar se eram trabalhadores da saúde ou maiores de 60 anos, foram ao hotel Alba Caracas para receber a terceira dose, apesar de o local não ser um centro médico. Por isso, o sindicato reforçou a necessidade de proteger e considerar prioritários os profissionais de saúde, "pois são eles que estão expostos diariamente" à Covid-19. Destacou também que apenas 86% dos estabelecimentos de saúde que receberam doses de reforço na semana de 3 a 9 de janeiro iniciaram o processo de aplicação, uma vez que os 14% restantes "têm cronogramas diferentes do que se seguiu até agora".

Embora Maduro garanta que o país está "a caminho de ter 100% dos cidadãos vacinados e já tem 95% dos adultos imunizados", os números da vacinação na Venezuela não são publicados regularmente. Como é costume em seus discursos, o ditador nunca especifica se esse percentual corresponde a pessoas que receberam apenas uma dose da vacina ou as duas necessárias para estarem totalmente imunizadas.

"No ano de 2021, com muito esforço e apesar das dificuldades, adquirimos as vacinas e atingimos 95% dos adultos imunizados. Além disso, estamos imunizando meninos e meninas e indo em direção ao 100%", disse o presidente venezuelano em sua conta de Twitter. No entanto, no último dia 11 de outubro, a vice-ministra da Saúde, Marisela Bermúdez, confirmou que 50% da população tinha, naquela época, apenas uma dose das duas necessárias para alcançar a imunização. Mais tarde, em 16 de dezembro, o vice-ministro da Saúde, Gerardo Briceño, garantiu que 55% da população venezuelana estava com o esquema completo de vacinação contra a Covid-19.

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