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O presidente Lula, ao lado de políticos palestinos, inaugura a “Rua Brasil”, em Ramallah, na Cisjordânia: em reunião com Fatah, líder brasileiro diz que se encontraria com o Hamas, grupo considerado terrorista pelos EUA e por Israel | Abbas Momani/AFP
O presidente Lula, ao lado de políticos palestinos, inaugura a “Rua Brasil”, em Ramallah, na Cisjordânia: em reunião com Fatah, líder brasileiro diz que se encontraria com o Hamas, grupo considerado terrorista pelos EUA e por Israel| Foto: Abbas Momani/AFP
  • Entenda as disputas internas da Palestina

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou os territórios palestinos ontem mais otimista com a possibilidade de um acordo de paz no Oriente Médio, e disse que a recente desavença entre Israel e os EUA pode ser a "mágica que faltava".

Lula, em entrevista coletiva conjunta com o presidente da Au­toridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, citou a crise diplomática provocada pela ampliação de um assentamento judaico como algo que pode abrir as portas para um acordo entre palestinos e israelenses. "O que parecia impossível acon­­teceu: os Estados Unidos tendo divergência com Israel. Isso era uma coisa praticamente impossível e, quem sabe, essa divergência era a coisa mágica que faltava pa­­ra que se chegasse ao acordo", dis­­se Lula a jornalistas, segundo no­­ta divulgada pelo Palácio do Pla­­nalto. "Acre­­dito que uma desavença inesperada entre dois aliados po­­de ser a chave do sucesso do acordo que precisa ser construído", acrescentou Lula.

Estrago

Até a noite de ontem, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tentava, sem sucesso, encontrar uma forma de consertar o estrago diplomático com seus aliados americanos pelo anúncio das 1,6 mil novas casas a serem construídas em Jerusalém Oriental. Numa reunião de emergência, Netanyahu reuniu o chamado "grupo dos sete", que in­­clui os mais importantes ministros do Gabinete, além de representantes do Exército e da Inte­­li­­gência, para formular uma resposta sobre os assentamentos que agrade aos Estados Unidos — pressionado pela insistência da base governista linha-dura em levar adiante o plano.

O Departamento de Estado dos EUA afirmou que ainda aguarda uma resposta formal sobre o im­­passe. Na madrugada de terça-fei­­ra, Netanyahu conversou por te­­lefone com o vice-presidente Joe Biden e pediu desculpas pela ma­­neira como fora anunciada a ex­­pansão de Ramat Shlomo, em Je­­rusalém Oriental.

Ontem Netanyahu teve ainda que se esquivar de outro constrangimento: seu cunhado, Hagai Ben Artzi, criticou o presidente Barack Obama numa entrevista à rádio militar Galei Tzahal, chamando-o de antissemita. Tentan­­do se afastar da polêmica, o premier emitiu uma nota afirmando ter "profundo apreço pelo engajamento de Obama na segurança de Israel".

Fontes ligadas ao Gabi­­nete afirmam que Netanyahu não vai abrir mão das construções, mas que deve buscar uma saída diplomática para a crise antes de viajar a Washington na segunda-feira, quando discursa ao grupo lobista judeu AIPAC.

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