A atriz britânica Julia Ormond processou nesta quarta-feira (4) a Walt Disney Company, a empresa de talentos CAA, a produtora Miramax e Harvey Weinstein por uma agressão sexual supostamente cometida pelo ex-produtor em 1995.
No processo apresentado à Suprema Corte de Nova York, Ormond alega que Weinstein, atualmente na prisão, abusou dela após um jantar de trabalho e afirma que CAA e Disney – então proprietária da Miramax - sabiam do comportamento do produtor e nada fizeram para protegê-la.
No documento jurídico obtido pela revista Variety, a atriz de “Lendas da Paixão” (1994) e “Lancelot, o Primeiro Cavaleiro” (1995) descreve que Weinstein a seduziu para lhe fazer uma massagem, subiu em cima dela, a masturbou e obrigou a fazer sexo oral.
Segundo o relato da atriz, Ormond informou os seus então agentes Bryan Lourd e Kevin Huvane - agora copresidentes da CAA - sobre o que havia acontecido com o produtor e estes avisaram para que ela não falasse e o protegeram.
Nem Lourd, nem Huvane são citados como acusados, mas são repetidamente mencionados no processo como representantes de Ormond à época.
Ormond está processando a CAA, uma das maiores agências de talentos de Hollywood, por negligência e violação do dever fiduciário, e acusa a Miramax, a empresa fundada por Weinstein adquirida pela Disney nos anos 90 (e revendida em 2010), de supervisão e retenção negligentes.
Este último termo se refere à manutenção de um funcionário apesar de a empresa estar ciente de potenciais danos a terceiros.
Weinstein, de 71 anos, atualmente cumpre uma pena de 23 anos de prisão por agressão sexual em Nova York e, em fevereiro, foi condenado a mais 16 anos em Los Angeles.
Apesar do fato de o suposto abuso ter ocorrido há quase 30 anos, Ormond pode prosseguir com a ação graças à Lei dos Sobreviventes Adultos, que Nova York aprovou em 2022 na sequência do movimento MeToo.
A onda de denúncias contra Weinstein começou em 2015, quando algumas atrizes começaram a falar sobre os seus abusos.
Mas Weinstein só viu a carreira desmoronar em outubro de 2017, quando o jornal The New York Times e, dias depois, a revista The New Yorker revelaram um histórico de décadas de assédio sexual perpetuado pelo produtor.
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