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Diplomacia

Audiência define o destino de advogado do PR no Paquistão

Está marcada para hoje a audiência que vai definir a penalidade do paranaense Rodrigo Mo­­reto Cubek, preso na última sex­­ta-feira depois de entrar em uma área exclusiva para muçulmanos na mesquita Faisal, a principal do Paquistão, localizada na capital Islamabad.

Cubek foi detido por ter gritado palavras sobre a Virgem Maria dentro da mesquita. "Deus falou comigo para eu fazer isso", teria dito o advogado a funcionários da embaixada. Ele perturbou as orações na cerimônia religiosa mais importante da semana.

A acusação inicial era de blasfêmia – crime gravíssimo de acordo com a lei paquistanesa –, mas a defesa conseguiu mu­­dar a acusação para promoção de animosidade de diferentes grupos.

O governo brasileiro espera que ele seja deportado – mesmo considerado culpado pela ação, o brasileiro pode ser liberado de cumprir pena no país. O juiz, no entanto, pode afirmar que ainda não tem elementos necessários para julgar o caso e adiar a decisão.

Cubek tem cerca de 30 anos, mora em Curitiba, é advogado, mas não exerce a profissão. A assessoria de imprensa do Banco do Brasil confir ma que ele é funcionário da instituição e estava de férias.

Para ter acesso à área reservada, Cubek vestiu trajes típicos, que apenas os muçulmanos costumam usar. Ao entrar, ele teria mostrado imagens cristãs e gritado palavras sobre a Virgem Maria. Os seguranças da mesquita o retiraram do local e por pouco ele não foi agredido pelos fiéis muçulmanos. Logo que chegou à delegacia, entrou em contato com a Embaixada do Brasil e falou por telefone com o em­­baixador Alfredo Leoni, que mandou um representante para prestar auxílio ao brasileiro.

Cubek teria justificado sua atitude com uma visão, na qual Deus o orientou a pregar. O bancário se disse surpreso com a prisão porque haveria passado por outras duas cidades, Quetta e Peshawar, onde tomou iniciativas semelhantes. E ele teria alegado sofrer de transtorno bipolar.

Investigação

O brasileiro está preso em um quarto na sede da polícia local de Islamabad, com cama e ar-condicionado. Além do julgamento pela invasão da mesquita, a justiça paquistanesa quer investigar Cubek para verificar se não tem ligação com algum outro crime no país. A conta do hotel onde ele ficou hospedado foi paga pela Embaixada do Brasil, que já está providenciando tudo para sua saída do Pa­­quis­­tão, caso seja liberado pela justiça.

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