A rede de TV CNN revelou nesta terça-feira (24) o áudio da conversa em que o presidente dos EUA, Donald Trump, discute com o advogado o pagamento a uma modelo para omitir um suposto caso extraconjugal que teria ocorrido em 2006.
A gravação foi feita por Michael Cohen em um encontro em setembro de 2016, durante na campanha presidencial, semanas após o grupo de mídia National Inquirer oferecer US$ 150 mil a Karen McDougal para publicar a história com o republicano.
Na ocasião, ele teria fechado um acordo com McDougal pelo mesmo valor para que ela não contasse a história. O presidente nega a existência do acordo e também da relação.
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A Casa Branca não comentou o caso. Os áudios que estavam no escritório de Cohen e foram apreendidos pelo FBI em uma busca, conforme informou o jornal New York Times na última quinta-feira (20), mas seu conteúdo não havia sido revelado.
Na gravação, Cohen fala que ele precisa começar uma empresa "para transferir toda essa informação a respeito do nosso amigo David", em possível referência a David Pecker, amigo de Trump e dono do National Inquirer.
Quando Cohen começa a discutir sobre finanças, o republicano o interrompe: "Que financiamento". "Nós temos que pagar", responde o advogado. Na sequência, algum deles a voz sai distorcida diz "pagar em dinheiro vivo". Cohen responde "não, não, não, não" e, na sequência, Trump fala "cheque".
O que diz a defesa de Trump
Na semana passada, o atual advogado de defesa de Trump, Rudolph Giuliani, reiterou a negativa do presidente de ter pago pelo silêncio da ex-modelo. Segundo o defensor, o republicano disse que a discussão sobre dinheiro vivo e cheque foi uma sugestão ao que David Packer deveria fazer.
Na ocasião, ele deu uma transcrição da fala de Trump como "Não pague isso em dinheiro vivo...[use] cheque." "A transcrição que demos à CNN é exatamente o que está na gravação exibida. Escute a fita."
A gravação foi entregue pelo advogado de defesa de Cohen, Lanny Davis, e teria sido feita em setembro de 2016. Em entrevista à CNN, ele criticou Giuliani. "Por que ele deprecia tanto Michael Cohen? Porque tem medo dele", disse.
"A verdade é que quando Trump disse 'dinheiro vivo', e Giuliani sabe que só traficantes de drogas ou mafiosos falam sobre dinheiro vivo, você ouve Cohen dizendo 'não, não, não, não'."
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Advogado da Organização Trump, Alan Futerfas também negou que o presidente estivesse oferecendo um pagamento em dinheiro. Segundo ele, tratava-se de uma referência a um pagamento à vista do acordo.
"Todo mundo que conhece alguma coisa sobre a companhia e como o presidente faz negócios sabe que não há dinheiro em espécie. Tudo está documentado. Cada centavo está documentado".
O que mais foi falado na gravação
As gravações de Cohen também fazem parte de um inquérito federal contra o advogado por suposta violação da lei de financiamento eleitoral americana, considerando que estes acordos façam parte dos gastos dos esforços para que o republicano se elegesse.
Também neste caso é investigado o acordo de US$ 130 mil que Trump teria fechado com a atriz pornô Stormy Daniels, cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford, que também afirma ter tido uma relação com o presidente em 2006, mesmo ano que McDougal.
Nessa época, o atual presidente estava casado com a primeira-dama, Melania Trump, havia um ano e seu filho mais novo, Barron, era recém-nascido.
Além das discussões sobre o pagamento a McDougal, Trump e Cohen conversaram sobre temas como a contestação de uma reportagem do New York Times para abrir os arquivos de seu processo de divórcio com sua primeira mulher, Ivana, e as pesquisas eleitorais.
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