Londres Críticos pediram ontem que o chefe de polícia de Londres, Ian Blair, seja substituído, após um júri ter condenado sua força de colocar a população em risco ao balear o brasileiro Jean Charles de Menezes, em 2005.
Ele foi erroneamente confundido com um homem-bomba dentro de uma estação do metrô londrino.
Depois do veredicto de quinta-feira, Blair disse que ficará no cargo, porque a corte não havia encontrado "falhas sistemáticas" na força policial.
A polícia deu sete tiros na cabeça de Jean Charles, 27 anos, depois de ele entrar na estação no sul de Londres em 22 de julho de 2005.
Policiais haviam visto o brasileiro deixando seu apartamento e o confundiram com um dos quatro homens que tentaram atacar o sistema de transportes da cidade na véspera. Ele foi seguido até a estação de metrô.
O porta-voz do Partido Conservador, de oposição, escreveu à secretária do Interior, Jacqui Smith, pressionando pela saída de Blair.
"Precisamos agora da liderança certa, em todos os níveis, a fim de reconquistar a confiança pública", disse David Davis. Smith e o primeiro-ministro Gordon Brown têm apoiado Blair.
Uma parlamentar do Partido Trabalhista, Kate Hoey, juntou-se ao coro pedindo a renúncia de Blair, mas o prefeito de Londres, Ken Livingstone, defendeu o chefe de polícia e afirmou que seria desastroso se o veredicto fizesse com que os policiais duvidassem de suas ações quando estivessem perseguindo um homem-bomba. Segundo ele, "em algumas circunstâncias, com tanto acontecendo, haverá erros".
Três membros da Autoridade da Polícia Metropolitana - órgão que supervisiona a força policial londrina - pediram uma reunião extraordinária do grupo, que poderia levar a um voto de desconfiança da liderança de Blair.
Além disso, a Comissão Independente de Queixas contra a Polícia (espécie de ouvidoria) deve divulgar nos próximos dias um aguardado relatório sobre o caso, o que poderá aumentar a pressão pela saída de Blair.
O minério brasileiro que atraiu investimentos dos chineses e de Elon Musk
Desmonte da Lava Jato no STF favorece anulação de denúncia contra Bolsonaro
Fugiu da aula? Ao contrário do que disse Moraes, Brasil não foi colônia até 1822
Sem tempo e sem popularidade, governo Lula foca em ações visando as eleições de 2026