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Crise árabe

Aumenta a violência no Bahrein

Soldados com tanques de guerra guardam a Praça Pearl para impedir a concentração de opositores à monarquia. Manifestantes prometem novos protestos para hoje | Joseph Eid/AFP
Soldados com tanques de guerra guardam a Praça Pearl para impedir a concentração de opositores à monarquia. Manifestantes prometem novos protestos para hoje (Foto: Joseph Eid/AFP)

Manama - A situação na capital do Bahrein, Manama, era tensa ontem à noite após um dia repleto de manifestações tanto contra quanto pró-go­­verno. Uma marcha pacífica de apoio à família real partiu às 12h30 da maior mesquita de Ma­­nama, repleta de famílias com bandeiras bareinitas.

Enquanto isso, em outros distritos de Manama, milhares de pessoas participavam dos cortejos fúnebres para os mortos nos confrontos contra a polícia. Mais de 60 pessoas ficaram feridas, pelo menos quatro delas em estado grave.

Na quinta-feira, violenta re­­pressão a cerca de 2 mil pessoas fizera cinco vítimas. Desde o início da semana, são sete mortos.

Após o enterro, os manifestantes foram para a Praça Pearl, local símbolo da resistência dos xiitas, onde foram atacados pelas forças de segurança.

Centenas de feridos foram le­­vados para o hospital em Sala­­maniya, que acabou se tornando um foco de protestos. A situação no hospital era caótica, e os médicos chegaram a fazer apelos por ajuda internacional na tevê.

Há testemunhos que mesmo motoristas de ambulância e ou­­tros funcionários que recebiam os feridos também tenham sido atacados pela polícia.

Após a ofensiva das forças de segurança do governo, agora os manifestantes xiitas reivindicam não só o status e direitos de cidadãos bareinitas, mas também a retirada da família real Al Kha­­lifa.

Havia rumores de que os protestos continuariam hoje e de que os manifestantes tentariam novamente tomar a Praça Pearl. Até ontem a praça estava sob controle da polícia, com tanques e outros veículos armados. O local fica no centro financeiro e co­­mercial da capital bareinita.

Ainda não houve nenhum pronunciamento oficial do go­­verno sobre os protestos desde o discurso do rei na noite de segunda. Mas o príncipe Salman ibn Hamad ibn Isa Al Khalifa participou de um programa na tevê es­­tatal para pedir calma no reino do Golfo Pérsico.

Os opositores exigem abertura política e a instituição de um governo eleito e de uma monarquia constitucional, poupando a família real. Mas diante da re­­pressão aos protestos, que visaram indiscriminadamente ho­­mens, crianças e mulheres, muitos já questionam a própria mo­­narquia do país.

Os protestos são liderados por integrantes da maioria xiita do país – até 70% da população de cerca de 700 mil pessoas –, que dizem sofrer discriminação por parte da família real, que é sunita.

Uma eventual deposição do regime bareinita seria um grande revés para os Estados Unidos e a Arábia Saudita.

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