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Soldados com tanques de guerra guardam a Praça Pearl para impedir a concentração de opositores à monarquia. Manifestantes prometem novos protestos para hoje | Joseph Eid/AFP
Soldados com tanques de guerra guardam a Praça Pearl para impedir a concentração de opositores à monarquia. Manifestantes prometem novos protestos para hoje| Foto: Joseph Eid/AFP

Egípcios comemoram o "Dia da Vitória"

Cairo - Dezenas de milhares de egípcios realizaram ontem uma "Mar­­cha pela Vitória", no Cairo, para celebrar o fim do governo de 30 anos do ex-ditador Hosni Mubarak, que, após 18 dias de protestos antirregime, renunciou há uma semana.

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Confrontos na Líbia chegam ao terceiro dia e deixam 50 mortos

Trípoli - A Líbia chegou ontem ao terceiro dia de confrontos entre opositores e partidários do governo. Militares foram mandados à se­­gunda ma­­ior cidade do país, Ben­­ghazi (1.000 km da capital, Trípo­­li), para controlar protestos.

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Pressão das ruas

Polícia reprime manifestações contra ditador do Iêmen

Ao menos três pessoas morreram ontem durante manifestações no sul do Iêmen, enquanto milhares de pessoas saíram às ruas para exigir reformas políticas e a saída do ditador Ali Abdalá Saleh, informaram fontes médicas. Com as mortes, sobe para quatro o número de vítimas hoje.

De acordo com as fontes, três manifestantes morreram em Aden, no bairro de Al Mansura, enquanto outros sete ficaram feridos depois que a polícia disparou para dispersar a multidão. Os protestos estão concentrados nesta região da cidade, que conta com uma estação de ônibus e uma praça.

Uma quarta pessoa morreu e outras 30 ficaram feridas após uma granada ser lançada contra um grupo que acampava pelo sétimo dia consecutivo para reclamar a saída de Saleh em uma praça de Taez rebatizada de praça de Liberdade, como a que foi centro da revolta contra o regime egípcio.

"Abaixo o ditador, abaixo a opressão", gritavam os manifestantes acampados durante dias na Praça Liberdade. Cerca de 10 mil partidários de Saleh também saíram às ruas da cidade.

Manama - A situação na capital do Bahrein, Manama, era tensa ontem à noite após um dia repleto de manifestações tanto contra quanto pró-go­­verno. Uma marcha pacífica de apoio à família real partiu às 12h30 da maior mesquita de Ma­­nama, repleta de famílias com bandeiras bareinitas.

Enquanto isso, em outros distritos de Manama, milhares de pessoas participavam dos cortejos fúnebres para os mortos nos confrontos contra a polícia. Mais de 60 pessoas ficaram feridas, pelo menos quatro delas em estado grave.

Na quinta-feira, violenta re­­pressão a cerca de 2 mil pessoas fizera cinco vítimas. Desde o início da semana, são sete mortos.

Após o enterro, os manifestantes foram para a Praça Pearl, local símbolo da resistência dos xiitas, onde foram atacados pelas forças de segurança.

Centenas de feridos foram le­­vados para o hospital em Sala­­maniya, que acabou se tornando um foco de protestos. A situação no hospital era caótica, e os médicos chegaram a fazer apelos por ajuda internacional na tevê.

Há testemunhos que mesmo motoristas de ambulância e ou­­tros funcionários que recebiam os feridos também tenham sido atacados pela polícia.

Após a ofensiva das forças de segurança do governo, agora os manifestantes xiitas reivindicam não só o status e direitos de cidadãos bareinitas, mas também a retirada da família real Al Kha­­lifa.

Havia rumores de que os protestos continuariam hoje e de que os manifestantes tentariam novamente tomar a Praça Pearl. Até ontem a praça estava sob controle da polícia, com tanques e outros veículos armados. O local fica no centro financeiro e co­­mercial da capital bareinita.

Ainda não houve nenhum pronunciamento oficial do go­­verno sobre os protestos desde o discurso do rei na noite de segunda. Mas o príncipe Salman ibn Hamad ibn Isa Al Khalifa participou de um programa na tevê es­­tatal para pedir calma no reino do Golfo Pérsico.

Os opositores exigem abertura política e a instituição de um governo eleito e de uma monarquia constitucional, poupando a família real. Mas diante da re­­pressão aos protestos, que visaram indiscriminadamente ho­­mens, crianças e mulheres, muitos já questionam a própria mo­­narquia do país.

Os protestos são liderados por integrantes da maioria xiita do país – até 70% da população de cerca de 700 mil pessoas –, que dizem sofrer discriminação por parte da família real, que é sunita.

Uma eventual deposição do regime bareinita seria um grande revés para os Estados Unidos e a Arábia Saudita.

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