Gaza – Um prisioneiro ligado ao Hamas que ajudou a elaborar a proposta de formação de um Estado palestino que reconhece implicitamente Israel retirou seu nome do documento ontem, em nome do grupo terrorista e partido político.

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A medida aprofunda a crise palestina em torno do referendo a respeito da proposta, que o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, marcou para 26 de julho.

Um segundo prisioneiro, ligado ao Jihad Islâmico, também retirou seu nome do documento. Porta-voz dos grupos afirmaram que a retirada dos nomes é um protesto contra o referendo proposto por Abbas.

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Detentos ligados ao Hamas e ao Fatah elaboraram a proposta em uma prisão israelense no mês passado, em uma tentativa de conter as tensões internas. O plano prevê a formação de um Estado palestino – que incluiria a faixa de Gaza e a Cisjordânia – ao lado do Estado de Israel. Abbas, ligado ao Fatah, reconheceu rapidamente o documento, mas líderes do Hamas – que é comprometido com a destruição de Israel – se opõem a alguns termos da proposta.

Em um comunicado divulgado em Gaza, Abdel Khaleq Natche, membro do Hamas detido em Israel, acusou Abbas de usar o documento com o objetivo de ganhar vantagens políticas. "O documento é totalmente favorável ao Fatah", disse o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, ao ler o comunicado em nome de Natche e Bassem al Saadi, prisioneiro ligado ao Jihad Islâmico.

O negociador-chefe palestino, Saeb Erekat, afirmou que é "direito dos prisioneiros" retirar o apoio à proposta, mas que eles irão "enfrentar as conseqüências".

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, e o primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, membro do Hamas, se reuniram ontem para abordar a questão do referendo palestino e voltaram a constatar suas diferenças.

"Este encontro foi uma continuação da reunião de sábado. Abbas e Haniyeh concordaram em se reunir novamente na segunda-feira para tentar chegar a um acordo nacional", indicou o ministro do Interior, Said Siam, depois da reunião. Esta fonte explicou que Abbas também receberá hoje os representantes de diversos grupos armados palestinos, entre eles a Jihad Islâmica.

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