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boeing 737 MAX

Aumentam as semelhanças entre os acidentes da Ethiopian Airlines e da Lion Air

Homem carrega um pedaço de destroços da aeronave da Ethiopian Airlines, a sudeste de Addis Ababa, Etiópia, em 10 de março de 2019 | Foto: Michael TEWELDE/AFP (Foto: )

Um dispositivo parecido com um parafuso, encontrado nos destroços do Boeing 737 Max 8 que caiu no domingo (10), na Etiópia, forneceu aos investigadores uma pista inicial sobre o que causou a queda da aeronave. Enquanto isso, na França, investigadores iniciam o trabalho para decodificar as caixas-pretas recuperadas da cena.

O soquete chamado de jackscrew, usado para definir o acabamento que eleva e abaixa o nariz do avião, indica que o jato foi configurado para mergulhar, com base em uma revisão preliminar, de acordo com uma pessoa familiarizada com a investigação. As evidências ajudaram a persuadir os reguladores dos EUA a suspender os voos com o modelo, disse a pessoa, que pediu anonimato para discutir a investigação.

A agência francesa de segurança da aviação BEA recebeu na quinta-feira os gravadores de dados e vozes da cabine de comando para decodificação, enquanto investigadores em cena perto de Adis Abeba continuam a vasculhar os destroços do avião. A segunda queda em cinco meses colocou a Boeing em crise, fazendo as ações despencarem e levantando dúvidas sobre o futuro de seu jato mais vendido.

Separadamente, o New York Times informou que o voo 302 da Ethiopian Airlines para Nairóbi esteve com problemas quase imediatamente após a decolagem, uma vez que subia e descia centenas de metros de cada vez. O capitão pediu, com pânico em sua voz, para voltar apenas três minutos depois da decolagem, enquanto o avião acelerava para velocidades anormais, informou o jornal, citando uma pessoa que revisou as comunicações de tráfego aéreo do jato.

"Falha, falha, solicito retorno", disse ele aos controladores de voo, enquanto eles tentavam desviar dois outros voos que se aproximavam do aeroporto. A aeronave acelerou muito além do que é considerado prática padrão. Todo o contato entre os controladores aéreos e a aeronave foi perdido cinco minutos após a decolagem, segundo o relatório.

O chefe da Administração de Aviação Federal, Daniel Elwell, citou nesta quarta-feira evidências não especificadas encontradas no local do acidente como parte da justificativa para a agência reverter o curso e suspender temporariamente os voos da aeronave mais vendida da Boeing. Até então, os reguladores americanos haviam resistido, mesmo após vários países terem tomado a decisão de deixar os aviões desse modelo em solo.

A Boeing caiu 1,6%, para US$ 367,26, às 10h56 em Nova York, registrando o maior declínio na Média Industrial Dow Jones. As ações da empresa estão a caminho de seu maior declínio semanal em quase uma década.

O jackscrew, combinado com um recém-obtido monitoramento do voo por satélite, convenceu a FAA de que havia semelhanças com o acidente de 29 de outubro do mesmo modelo Max na costa da Indonésia. No acidente anterior, um dispositivo de segurança do avião da Boeing tentou várias vezes colocar o avião em mergulho em decorrência de um mau funcionamento.

Todas as 157 pessoas a bordo morreram depois que o avião caiu perto de Adis Abeba, capital da Etiópia. Os gravadores de voo do jato estão na França, onde estão sendo analisados ​​nos laboratórios da BEA. A agência publicou uma foto do hardware danificado e ainda não comentou sobre qualquer progresso na obtenção dos dados. "O processo de investigação começou em Paris", disse a Ethiopian Airlines em um post no Twitter na sexta-feira.

A descoberta do jackscrew foi relatada anteriormente pela NBC News.

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