Um crescente número de soldados sírios está desertando para a oposição, o que eleva o risco de uma guerra civil como a que aconteceu na Líbia, disse ontem a alta comissária de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Navi Pillay.
"Onde os direitos humanos básicos são pisoteados e as exigências pacíficas de mudança são respondidas com uma violência brutal, as pessoas acabam compelidas a recorrer à rebelião contra a tirania e a opressão", disse Pillay ao Conselho de Segurança da ONU, durante um debate sobre a proteção a civis armados.
"Aconteceu na Líbia, pode acontecer na Síria. Cada vez mais soldados se recusam a serem cúmplices de crimes internacionais, e mudam de lado. Há um sério risco de a Síria mergulhar na luta armada", acrescentou.
Em claro sinal de risco de guerra civil, ativistas sírios disseram que um contingente militar do governo, amparado por blindados, invadiu ontem um bairro na zona noroeste de Hama, perseguindo desertores contrários ao regime de Bashar al-Assad.
Pillay reiterou a estimativa da ONU de que "bem mais de 3.500" pessoas já foram mortas na Síria desde o início das manifestações antigoverno, em março. "Dezenas de milhares de pessoas, incluindo médicos, enfermeiras e pacientes feridos, já foram arbitrariamente detidas, e muitas continuam incomunicáveis, o que as coloca sob sério risco de tortura", afirmou.
No mês passado, Rússia e China vetaram uma proposta europeia de resolução no Conselho de Segurança que condenaria o governo sírio pela repressão e ameaçaria com sanções.
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