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Aponta estudo

Aumento do salário mínimo deixaria 1,4 milhão de desempregados nos EUA

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Empresa fechada com tapumes em um bairro de Manhattan em 5 de fevereiro de 2021, na cidade de Nova York (Foto: Spencer Platt/Getty Images/AFP)

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Aumentar gradualmente o salário mínimo nos Estados Unidos, dos atuais US$ 7,25/hora para US$ 15/hora até 2025, poderia tirar 900 mil trabalhadores da pobreza, mas ao mesmo tempo resultaria na destruição de 1,4 milhão de empregos e aumento do déficit do governo, informou um estudo feito pelo Escritório de Orçamento do Congresso (CBO) dos EUA.

Os democratas querem incluir a proposta em seu pacote de alívio econômico de US$ 1,9 trilhão que está sendo debatido no legislativo. O presidente americano, Joe Biden, fez do aumento do salário mínimo uma de suas principais promessas de campanha na área econômica, mas disse no fim de semana que acredita ser improvável a aprovação da provisão neste contexto, por falta de apoio bipartidário.

Mas os democratas do Congresso aprovaram, na semana passada, um procedimento legislativo que permite aprovar o pacote de ajuda econômica no Senado com uma maioria simples, em vez dos 60 votos necessários requeridos para a aprovação do auxílio. Contudo essa regra se aplica somente a medidas que tenham impacto – que não seja meramente acidental – no orçamento, o que está gerando um debate sobre a inclusão do aumento do salário mínimo no pacote de alívio à Covid-19.

O estudo do CBO projeta que pelo menos 17 milhões de trabalhadores possam receber salários maiores até 2025 se a proposta for aprovada. Enquanto o déficit orçamentário cumulativo do governo na próxima década aumentaria em US$ 54 bilhões, o impacto do custo da mão-de-obra para a inciativa privada seria bem maior, com o pagamento líquido para os trabalhadores do país aumentando em US$ 333 bilhões no mesmo período, apesar do fechamento de vagas de emprego.

As pequenas empresas seriam as mais impactadas pela medida, agravando a situação financeira de muitas que já sofrem com a crise econômica desencadeada pela pandemia de Covid-19 – motivo pelo qual alguns democratas moderados e os republicanos apresentam ressalvas quanto à proposta, especialmente se aprovada às pressas junto com o pacote de ajuda financeira de US$ 1,9 trilhão.

"Pegar um projeto de lei e colocar nele posições políticas que não têm absolutamente nada a ver com o auxílio à Covid – na verdade piorando as coisas para muitos americanos porque eles perderão empregos – é realmente irresponsável”, disse o deputado republicano Fred Keller, da Comissão de Educação e Força de Trabalho da Câmara.

Entre os trabalhadores, os mais prejudicados tendem a ser aqueles com pouca qualificação profissional, que serão demitidos por não entregarem ao empregador uma produtividade equivalente ao salário recebido. "Pessoas jovens, com menos escolaridade, seriam responsáveis por uma parcela desproporcional dessas reduções no emprego", afirma o estudo do CBO.

A ala progressista do Partido Democrata, porém, acredita que pode avançar com a proposta na Câmara e no Senado, mesmo sem o apoio dos republicanos. Quando o relatório do CBO foi publicado, eles salientaram os impactos que a lei teria na diminuição da pobreza. "O relatório deixa claro o que sempre soubemos: aumentar o salário mínimo – que não aumenta desde 2009 – para US$ 15 por hora não é apenas a coisa certa a fazer, é uma boa política", disse a senadora Patty Murray ( D-Wash.).

Nesta terça-feira, Biden e a secretária do Tesouro, Janet Yellen, se reuniram com executivos de grandes empresas para debater o assunto. O presidente defendeu que aumentar o pagamento daqueles que recebem salários mais baixos geraria bilhões de dólares em gastos adicionais de consumidores em bens e serviços para pequenas empresas.

Críticos da medida, porém, afirmam que a política não deve ser uma preocupação do governo federal e que seria uma intervenção artificial no sistema da economia de mercado, no qual os preços – neste caso da mão-de-obra – deveriam ser determinados por oferta e demanda.

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