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Ausência de legislação dificulta demandas de casais gays no Brasil

Veja em que países o casamento gay é reconhecido |
Veja em que países o casamento gay é reconhecido (Foto: )

As brigas judiciais de casais ho­­mossexuais brasileiros por direitos decorrentes de sua união têm resultados que ainda dependem muito da orientação do juiz em questão. Se o juiz ou a juíza for contra a união homossexual, será difícil obter ganho de causa.

A carta na manga nesses casos é a jurisprudência, formada com base em decisões anteriores. O estado que mais produz decisões favoráveis tem sido o Rio Grande do Sul, onde uma norma possibilita a união civil estável gay desde 2004. Algumas decisões judiciais já concederam direitos como herança e adoção a casais homossexuais. Outras utilidades do re­­conhecimento da união estável são a comprovação de renda conjunta para obter financiamento e inclusão como dependente junto a planos de saúde e a Previ­­dência.

Apesar da ausência de lei, o Executivo tem sido obrigado a cumprir determinações nesse sentido: o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem concedido decisões administrativas sem requerer um processo judicial.

Outro fator que auxilia um casal do mesmo sexo a obter ganhos de causa é a oficialização de sua união. Apesar de não haver lei permitindo a união homossexual, a maioria dos tabeliães concede a formalização, de acordo com a advogada e ex-desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul Maria Berenice Dias.

"Com essa prova, alguns direitos podem ser buscados", ela explica. Maria Berenice é uma defensora da legalização do casamento gay e inclusive da adoção. "É importante que haja uma lei para que o casal tenha a liberdade de optar entre casar ou não, e para vencer o preconceito dos juízes."

Quem propõe a proibição da ado­­ção por casais homossexuais argumenta em geral que a cri­­ança poderá sofrer estigmatização. "É dever do Estado co­­locar a salvo a criança e o adolescente de situações que possam causar-lhes embaraços, ve­­xames e constrangimentos", es­­creveu o deputado federal Ze­­quinha Marinho (PSC-PA) no Projeto de Lei 7018, de 2010.

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