O serviço de inteligência da Austrália afirma que o país enfrenta problemas "sem precedentes" de espionagem e interferência estrangeira. A declaração ocorre em meio a um cenário de concorrência crescente com a China na região estratégica e de conflito Indo-Pacífico.
"Mais australianos estão sendo submetidos à espionagem e interferência estrangeiras do que em qualquer outro momento da história. Mais serviços de inteligência estrangeiros hostis, mais espiões, mais alvos, mais danos, mais investigações ASIO", explicou o diretor-geral da Organização Australiana de Segurança e Inteligência (ASIO), Mike Burgess.
O diretor-geral citou que veteranos militares, juízes e jornalistas são alguns dos alvos dessa prática que engloba "múltiplos" espiões de "múltiplos" países. Em uma dessas ações foi impedido o ataque físico a dois residentes australianos que eram críticos em relação a dois regimes autoritários internacionais.
Na última semana, a ministra australiana do Interior, Claire O'Neil, acusou publicamente o Irã de espionagem a um ativista contra a nação asiática que vivia na Austrália.
A Austrália nos últimos anos provou várias leis para bloquear a suposta interferência estrangeira na política e economia do país, e acusa a China de estar por trás de ataques cibernéticos a universidades e agências governamentais, além de ser suspeita de financiar alguns políticos.
O governo australiano ainda assinou o pacto de defesa AUKUS com os Estados Unidos e o Reino Unido em setembro de 2021, que inclui a aquisição de submarinos nucleares por Camberra.
Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro, Anthony Albanese, tem procurado aproximar-se de Pequim, o seu principal parceiro comercial, e resolver as muitas diferenças entre as duas nações.
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