A Austrália e a Índia elevaram suas respectivas taxas de juro hoje, como medida para enfrentar as pressões inflacionárias que ameaçam a estabilidade de suas economias. A elevação do juro australiano não era esperada. Ambas acontecem um dia antes do provável anúncio pelo banco central dos Estados Unidos, o Fed, de injeção de mais dinheiro na economia norte-americana, o que tem potencial de aumentar o fluxo de capital para países economicamente melhores, incluindo os emergentes.
A alta do juro australiano foi a primeira em seis meses e surpreendeu os investidores que correram para comprar a moeda do país. O dólar australiano atingiu sua maior cotação em 27 anos contra o dólar, a US$ 1,0025.
O Banco da Reserva da Austrália elevou a taxa de juro de referência da economia em 0,25 ponto porcentual para 4,75% ao ano. "O conselho (de política monetária) concluiu que o equilíbrio dos riscos mudou para um ponto em que um antecipado e modesto aperto da política monetária seria prudente", disse o presidente do banco central, Glenn Stevens.
Já a elevação do juro na Índia era esperada pelos economistas e o banco central disse que provavelmente não haverá necessidade de novos aumentos no curto prazo, uma vez que o aperto monetário já aplicado deve reduzir as pressões de alta da inflação que perturbam a terceira maior economia da Ásia.
O Banco da Reserva da Índia elevou a taxa de juro de recompra, ou de empréstimo, em 0,25 ponto porcentual, para 6,25% ao ano e a taxa de recompra reversa, ou para tomada de empréstimo, em 0 25 ponto porcentual para 5,25%. É a sexta vez este ano que o juro é elevado.
O banco central indiano também anunciou medidas para estreitar a oferta de empréstimos imobiliários. O presidente do banco central, Duvvuri Subbarao, disse que a instituição poderá intervir no mercado de câmbio, se for necessário, para administrar a volatilidade ou evitar prejuízos à economia do país, e acrescentou que o controle de capital continua sendo uma opção.
"Não acredito que estejamos no mesmo barco de muitas economias emergentes, em termos de fluxos de capital e de administração de fluxos de capital", disse Subbarao. Entretanto, "não descarto medidas como controle de capital ou aplicação de impostos como fizeram alguns países latino-americanos", observou. As informações são da Dow Jones.
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