O Parlamento da Austrália aprovou nesta quinta-feira (28) um pacote de leis de imigração que dá ao governo amplos poderes e permite que pague outros países para que aceitem imigrantes, alguns com antecedentes criminais, cuja deportação para seus países de origem seja inviável.
A medida foi aprovada durante um dia agitado no Senado, onde quase 30 projetos de lei foram votados, graças ao apoio de representantes do governista Partido Trabalhista e da coalizão conservadora da oposição.
Entre as leis aprovadas, havia uma que concedia imunidade ao governo australiano contra futuros processos judiciais de pessoas prejudicadas pela deportação e outra que permitia maior controle sobre os centros de detenção de imigrantes.
O Partido Verde, crítico dessas leis, denunciou nesta quarta-feira (27), em comunicado, que essa medida abre caminho para que a Austrália “suborne” outros países para receber até 80 mil estrangeiros atualmente no território australiano e “coloca barreiras permanentes entre as comunidades da diáspora e suas famílias e comunidades estendidas”.
A proposta legislativa foi apresentada no Parlamento após uma decisão polêmica da Suprema Corte australiana no início deste mês, que proibiu a imposição de dispositivos de monitoramento eletrônico e toques de recolher a mais de 200 imigrantes sem documentos que haviam sido liberados da detenção no ano passado.
Essa decisão afeta alguns imigrantes com antecedentes criminais que foram liberados em 2023 dos centros de detenção de migrantes, pois sua deportação foi considerada inviável e, portanto, foram expostos a uma privação de liberdade por tempo indeterminado.
De acordo com informações oficiais, entre esses migrantes liberados 12 cumpriram sentenças por assassinato ou tentativa de assassinato, 66 por crimes sexuais, 97 por agressão e 15 por violência doméstica, entre outros crimes.
A decisão histórica do ano passado decidiu o destino de NZYQ, um homem rohingya - um grupo étnico birmanês não reconhecido pelas autoridades de seu país - que enfrentou a possibilidade de prisão perpétua porque nenhum país concordou em reassentá-lo após cumprir uma sentença de dez anos de prisão na Austrália por crimes sexuais contra crianças.
No passado, a Austrália teve uma forte política contra a imigração indocumentada, incluindo os centros de processamento para imigrantes em países terceiros, como Nauru e Papua Nova Guiné, que foram criticados pelas Nações Unidas e estiveram em operação pela última vez entre 2013 e 2019.
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