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As revelações vêm depois que a tensão entre China e Austrália aumentou devido ao expansionismo de Pequim nas ilhas do Pacífico Sul
As revelações vêm depois que a tensão entre China e Austrália aumentou devido ao expansionismo de Pequim nas ilhas do Pacífico Sul| Foto: EFE

O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, descreveu nesta terça-feira como "preocupantes" as alegações de que a China está construindo secretamente uma base militar no Camboja, em meio a crescentes tensões entre os dois países.

"É preocupante. Estamos em contato direto com o governo cambojano e eles nos garantiram consistentemente que nenhum exército estrangeiro terá acesso exclusivo (à base militar)", disse Albanese a repórteres na cidade de Makassar, em Celebes do Sul (Indonésia).

Albanese, que está na Indonésia em sua primeira viagem internacional após vencer as eleições em 21 de maio, se referia a uma matéria publicada pelo jornal americano "The Washington Post" que afirma que a China está construindo secretamente uma base naval no Camboja para uso de seu Exército.

De acordo com o artigo, enquanto fontes ocidentais afirmam que o Exército de Libertação Popular (ELP) da China usará exclusivamente a base naval de Ream, localizada na província de Sihanoukville, um oficial chinês teria confirmado ao jornal que o Exército chinês usaria apenas "uma parte" da infraestrutura.

No entanto, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, enfatizou hoje que o Camboja declarou que sua constituição proíbe nações estrangeiras de construir uma base militar em seu país.

Zhao acusou os Estados Unidos de ignorar as reivindicações do Camboja e de lançar "ataques e suspeitas maliciosas" contra as autoridades cambojanas.

A reportagem do jornal americano afirma que haverá uma cerimônia na base militar na próxima quinta-feira com a presença de autoridades chinesas e do embaixador da segunda economia mundial no Camboja.

A publicação se soma a uma série de informações semelhantes nos últimos anos sobre os supostos planos militares de Pequim no Camboja, que sempre foram negados pelas duas partes. A China apenas confirmou a existência de uma base fora do seu território, em Djibuti.

Os EUA já manifestaram a sua "séria preocupação" com a presença de tropas chinesas nesta base cambojana em junho do ano passado, durante a visita ao país da subsecretária de Estado, Wendy Sherman.

A base naval de Ream está localizada no Golfo da Tailândia, um local estratégico que permitiria à China fortalecer seu controle nas águas do Sudeste Asiático, cuja soberania é disputada com vários países da região: Vietnã, Malásia, Brunei, Indonésia e Filipinas, além de Taiwan.

Albanese disse hoje que o governo australiano está "consciente" da atividade da China na base cambojana e que "há muito tempo" pede a Pequim que dê respostas e seja "transparente".

As revelações vêm depois que a tensão entre China e Austrália aumentou devido ao expansionismo de Pequim nas ilhas do Pacífico Sul, uma área historicamente sob influência da Austrália e da Nova Zelândia, com a qual a segunda maior economia do mundo quer assinar um acordo sobre segurança e comércio multilateral.

A China assinou um pacto de segurança com as Ilhas Salomão que Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos temem que, em última análise, se destine também a estabelecer no local uma base militar, o que Pequim e Honiara, a capital da ilha, negam.

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