O partido governista da Austrália votou neste domingo (4) a favor da revogação de uma antiga proibição à exportação de urânio para a Índia, apesar da forte oposição de críticos que argumentam que tais vendas não são seguras porque a Índia não assinou o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.
A primeira-ministra Julia Gillard pediu a membros do seu Partido Trabalhista, de centro-esquerda, durante a conferência nacional que permitam as exportações levando em conta o interesse nacional. Ela argumentou que há salvaguardas para garantir que o urânio seja usado de forma pacífica.
"Precisamos garantir que em todas as nossas regiões tenhamos os mais fortes relacionamentos possíveis, incluindo com a maior democracia do mundo, a Índia", disse Gillard. "É por isso que devemos determinar a mudança de nossa plataforma para que nos permita, sob salvaguardas, vender urânio à Índia."
A votação do partido para ratificar uma política executiva não precisa da aprovação parlamentar.
A Austrália tem 40% das reservas conhecidas de urânio do mundo. O país não vende urânio no mercado aberto e proíbe a geração de energia nuclear em seu território. Mas vende urânio apenas para o propósito de geração de energia sob condições rigorosas que proíbem qualquer aplicação militar em acordos bilaterais com Estados Unidos, China, Taiwan, Japão, Coreia do Sul e vários países europeus.
O governo conservador anterior da Austrália deu início a negociações com a Índia sobre a venda de urânio. Mas o Partida Trabalhista imediatamente encerrou as negociações quando assumiu o poder em 2007, descartando as exportações a menos que os indianos assinassem o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.
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