A Áustria avalia construir uma cerca ao longo da fronteira com a Eslovênia para controlar o fluxo de refugiados e migrantes.
A ministra do Interior, Johanna Mikl-Leitner, membro do partido conservador OVP, que integra a coalizão de governo ao lado dos social-democratas (SPO), disse nesta quarta-feira (28) à emissora Oe1 que a medida serviria para “garantir uma entrada ordenada e controlada” no país, e não fechar a fronteira.
“Nas últimas semanas, vários grupos de imigrantes se mostraram impacientes, agressivos e emotivos. Temos que tomar precauções”, disse ela.
O ministro da Defesa, Gerald Klug, membro do SPO, também endossou a proposta e afirmou que a cerca serviria “para controlar a chegada de migrantes de maneira organizada”.
A rota que migrantes e refugiados usam nos Bálcãs para tentar chegar a países do norte da Europa mudou da Hungria para a Eslovênia depois de o governo húngaro concluir a construção de uma cerca nas fronteiras com a Sérvia e com a Croácia, em setembro.
Cerca na Eslovênia
A Eslovênia disse nesta quarta que está pronta para construir uma cerca na fronteira com a Croácia caso a União Europeia falhe em conter o fluxo de pessoas nos Bálcãs.
“Se necessário, estamos prontos para colocar a cerca imediatamente”, disse o premiê Miro Cerar após um encontro do Conselho Nacional de Segurança.
As respostas dos governos à crise de refugiados na Europa parecem pôr em xeque instituições comunitárias, como a livre circulação de pessoas entre os países da área de Schengen.
Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), mais de 700 mil migrantes e refugiados chegaram à Europa pelo Mediterrâneo neste ano -apenas em outubro foram 170 mil. Mais de 3.210 morreram desde janeiro na tentativa de alcançar o continente.
Alemanha
A Alemanha criticou nesta quarta a Áustria por levar migrantes e refugiados à fronteira entre os dois países durante a noite sem aviso prévio.
O ministro do Interior alemão, Thomas de Maiziere, disse que “o comportamento da Áustria nos últimos dias passou dos limites”. Ele disse esperar que os dois países comecem “imediatamente” a cooperar mais.
Maziere também disse que muitos dos migrantes e refugiados afegãos que buscam acolhimento na Alemanha provavelmente serão deportados. “As pessoas que vêm do Afeganistão não podem esperar que conseguirão ficar”, disse.
O ministro afirmou que a Alemanha e outros países ocidentais investiram milhões em ajuda para o desenvolvimento do Afeganistão e enviaram tropas para treinar as forças de segurança locais. Ele disse que o governo afegão concorda com Berlim que os cidadãos deveriam ficar no país e ajudar a reconstruí-lo.
A Alemanha estima receber cerca de 1 milhão de refugiados ao longo do ano, em especial pessoas que fogem da guerra civil na Síria. Para isso, o governo acelerou o processo de deportação de imigrantes e requerentes de asilo em situação irregular.
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