Washington - O major de origem muçulmana Nidal Malik Hassan, autor do massacre na base de Fort Hood, no Estado do Texas, pode ter mantido vínculos com o imame (ministro da religião muçulmana) Anwar al-Aulaqui, que apoia a rede terrorista Al-Qaeda, informou ontem o jornal The Washington Post.
A reportagem afirma que os investigadores analisam possíveis vínculos entre o autor do tiroteio de quinta-feira passada que deixou 13 mortos e cerca de 30 feridos e um imame nascido nos Estados Unidos e que as autoridades apresentam como um defensor da Al-Qaeda.
Segundo o Post, Hassam conheceu o imame na mesquita Dar al-Hijrah de Falls Chruch, nos subúrbios de Washington, onde ia orar em 2001. O local também era frequentado por Al Aulaqui, que teria mantido vínculos com chefes da Al-Qaeda entre eles dois terroristas dos ataques de 11 de setembro de 2001, segundo um alto funcionário americano.
O imame trocou os EUA pelo Iêmen, em 2002. Desde então, suas pregações pró-Al-Qaeda apareceram nos computadores de vários suspeitos em casos de terrorismo nos EUA, Canadá e Reino Unido.
Segundo o jornal, a natureza dos supostos vínculos entre os dois homens ainda não está clara.
Onda antimuçulmana
O governo americano teme que a origem muçulmana de Hassan incite uma onda de radicalismo antimuçulmanos no país.
O presidente Barack Obama pediu na sexta-feira que as pessoas tenham cautela e evitem conclusões precipitadas sobre as causas do crime.
Segundo relatos não confirmados de soldados presentes na base, Hassan gritou a expressão árabe "Allahu Akbar", que significa "Deus é grande", antes de abrir fogo contra os colegas.
Segundo o jornal The New York Times, os investigadores dizem acreditar que Hassan agiu sozinho.
A polícia local informou que os exames balísticos apontam que todas as vítimas foram atingidas por balas que vieram das duas armas carregadas por Hassan, o que exclui a hipótese anterior de que algumas das pessoas foram atingidas por tiros de policiais e militares que tentavam conter o major.