William Powell, o autor do livro "The Anarchist Cookbook" ("O livro de receitas do anarquista", tradução livre), um manual que inspirou atos terroristas, inclusive o tiroteio em um instituto dos Estados Unidos na semana passada, pediu que a publicação não continue a ser impressa.
Em um e-mail dirigido à emissora americana NBC, Powell disse que o livro, publicado pela primeira vez em 1971, "deveria desaparecer silenciosamente e deixar de ser impresso".
A publicação, um manual sobre como produzir drogas, técnicas de contravigilância e fabricação de explosivos, foi encontrado entre os pertences de Karl Pierson, o jovem de 18 anos que entrou na última sexta-feira em uma escola de ensino médio da cidade de Centennial, no estado do Colorado, com uma escopeta, três coquetéis molotov e munição.
Pierson disparou à queima-roupa contra uma estudante de 17 anos, que se encontra em estado grave e em coma, e lançou um dos coquetéis molotov na biblioteca antes de se suicidar.
Powell esclareceu que apesar de ser o autor do livro, "não é responsável por sua publicação, nem capaz de impedir sua impressão".
O autor se desculpou publicamente pelo manual, que escreveu quando tinha 19 anos e considerava que a luta violenta contra o Estado e as Forças da Ordem eram legítimas para impedir injustiças maiores.
No entanto, os direitos de publicação pertencem ao editor, Billy Blann, que se negou a interromper a publicação do livro, que já vendeu mais de 2 milhões de cópias e pode ser adquirido pela loja digital Amazon por cerca de US$ 22.
A primeira emenda da Constituição dos Estados Unidos defende a liberdade de imprensa e somente limita a publicação de livros em ocasiões muito específicas.
As técnicas expostas no "The Anarchist Cookbook" foram relacionadas com vários ataques terroristas, desde o atentado de Timothy Mcveigh em Oklahoma em 1999, o mais violento em território americano antes de 11/09, até as bombas colocadas na maratona de Boston em abril deste ano.