François Hollande está no livro| Foto: Philippe Wojazer/PW-SAA

O autor francês Michel Houellebecq parou de promover seu romance que descreve uma França liderada por um presidente muçulmano, após o ataque ao Charlie Hebdo.

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Thomas Audouard, porta-voz da agência InterTalent, disse que Houellebecq ficou devastado pela morte de seu amigo Bernard Maris, economista e colunista do Charlie Hebdo que estava entre as doze pessoas mortas na quarta-feira, dia em que o livro Submission foi lançado.

Depois de dar várias entrevistas para a mídia francesa nos dias que antecederam o lançamento da obra, o autor recluso deixou Paris na quinta-feira para um local desconhecido, de acordo com Audouard. Ele não está sob proteção policial, acrescentou.

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Religião

Embora Houellebecq tenha descrito Submission como "ficção científica política", o livro despertou uma polêmica no país com as acusações de que ele está alimentando desconfiança e ódio contra os muçulmanos. A trama se desenrola em 2022, quando François Hollande teria terminado o que Houellebecq descreve como "segundo mandato desastroso" como presidente da França.

Um candidato islâmico, Mohammed Ben Abbes, se qualifica para o segundo turno da eleição presidencial sob uma plataforma de valores religiosos e tradicionais que apelam para um segmento crescente do eleitorado francês desiludido com a modernidade ocidental. Ben Abbes derrota sua adversário, a líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, retratada no livro como a arqui-inimiga política do Islã.

No relato de Houellebecq, a sociedade francesa pacificamente aceita o novo regime, no qual as mulheres são proibidas de trabalhar e devem usar o véu islâmico. Pelo lado positivo, ele escreve, a prosperidade econômica está de volta depois de décadas de desemprego recorde e os índices de criminalidade são trazidos de volta aos níveis mínimos.

Desde o seu lançamento na quarta-feira, o livro se manteve como mais vendido no site francês da Amazon. Hollande disse no início desta semana que iria ler o livro, mas alertou contra o que ele chamou de "essa tentação de decadência e declínio (...), esse clima de medo".

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