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O chefe do painel de cientistas especializados em clima da Organização das Nações Unidas (ONU) defendeu com firmeza na segunda-feira as evidências de que os seres humanos estão esquentando o planeta, após críticos afirmarem que os emails vazados de uma universidade britânica enfraqueceram essas provas.

Rajendra Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC), disse na conferência sobre o clima em Copenhague que os achados foram "submetidos a revisões extensas e reiterados por especialistas, assim como por governos".

O IPCC concluiu em 2007 que era ao menos 90 por cento certo que o homem é o responsável pelo aquecimento do planeta. Mas os céticos sobre a mudança climática se atêm a uma série de emails hackeados de especialistas em clima, acusando-os de conspiração para suprimir dados de terceiros e fortalecer as suas informações.

"A evidência é opressiva de que o mundo se beneficiaria enormemente com uma ação precoce", disse Pachauri aos delegados na sessão de abertura da cúpula de Copenhague, que vai de 7 a 18 de dezembro.

"O incidente recente do roubo de emails de cientistas da Universidade de East Anglia mostra que alguns irão ao ponto de executar atos ilegais, talvez numa tentativa de desabonar o IPCC", acrescentou.

Os emails, alguns escritos há 13 anos, foram roubados por hackers e disseminados com rapidez pela Internet. Céticos dizem que as mensagens mostram que os cientistas manipularam as evidências sobre o clima.

Em um dos emails, confirmado como genuíno pela Universidade de East Anglia, o chefe da Unidade de Pesquisa Climática da universidade, Phil Jones, disse querer garantir a exclusão de um artigo que colocava em dúvida a ciência sobre o clima do relatório de 2007 do IPCC.

O artigo acabou sendo publicado no relatório final de 2007, diz a universidade. Na segunda-feira, Pachauri defendeu os cientistas citados na polêmica do "climategate".

"A consistência interna oriunda de múltiplas linhas de evidência apoia fortemente o trabalho da comunidade científica, incluindo o dos indivíduos que aparecem nessas trocas de emails", disse Pachauri na conferência que reúne 192 países.

"Dada a natureza ampla da mudança (econômica) que provavelmente será adotada, alguns naturalmente acham inconveniente aceitar sua inevitabilidade".

A Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo do mundo, disse aos delegados da conferência que a altercação terá impacto nas negociações de Copenhague e na crença na ciência do clima.

"O nível de confiança certamente foi abalado. Acreditamos que esse escândalo com certeza afetará a natureza do que pode ser adotado (em Copenhague). O tamanho dos sacrifícios (econômicos) precisa ser calculado a partir de uma base segura de informações, a qual descobrimos agora que não é verdadeira", disse um delegado saudita.

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