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A autoridade policial do condado de Shelby, Tennessee, nos EUA, abriu investigação interna contra dois oficiais que participaram da abordagem que resultou na morte de Tyre Nichols, de 29 anos, no início de janeiro. Na noite de 7 de janeiro o carro de Nichols foi parado pela polícia, sob suspeita de "direção imprudente". A abordagem resultou no espancamento e prisão de Nichols pelos policiais. Ele morreu três dias depois no hospital em razão dos ferimentos. O caso gerou grande comoção nos Estados Unidos depois que as autoridades de Memphis divulgaram, nesta sexta (27), vídeos com imagens das câmeras corporais dos policiais e de circuitos de vídeo da cidade (atenção: imagens fortes) que mostram a brutalidade da ação.
Na noite de sexta o xerife do contado de Shelby, Floyd Bonner Jr, anunciou que a polícia iniciou uma investigação interna depois de ver as imagens. "Tendo assistido o vídeo pela primeira vez hoje à noite, preocupam-me dois oficiais que aparecem na cena seguindo o confronto físico entre a polícia e Tyre Nichols. Lancei uma investigação interna sobre a conduta desses oficiais para determinar o que ocorreu e se alguma norma foi infringida. Ambos os oficiais foram afastados de seus cargos enquanto se aguarda o resultado dessa investigação administrativa", escreveu no Twitter.
Em outra publicação, no Facebook, Bonner afirmou que expressava suas "sinceras condolências" à família e amigos de Nichols. "Estou triste e bravo com sua trágica morte", afirmou. O caso da morte de Nichols, funcionário do serviço postal FedEx, está sendo comparado ao de Rodney King, de 1991, que teve seu espancamento por policiais de Los Angeles registrado em vídeo e gerou uma onda de protestos violentos nos EUA. Nichols era um homem negro, assim como são os cinco policiais que participaram da abordagem que resultou em sua morte. Quatro dos cinco policiais foram soltos depois de pagar fiança e devem responder acusações de assassinato em segundo grau, agressão agravada, má conduta oficial e opressão oficial. Segundo a Fox News, protestos civis pacíficos foram registrados em Memphis, Los Angeles e Washington nesta madrugada. A família de Nichols pediu que os protestos pela sua morte sejam pacíficos, sem danos ou saques.
"Sou um policial de segunda geração e estou preocupado com o que todos vimos capturado em vídeo. Este incidente horrível manchou o distintivo que uso e muitos outros bons policiais usam todos os dias. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para impedir que outro pai tenha que enterrar seu filho de maneira tão sem sentido e trágica", complementou o xerife de Shelby no comunicado.
As imagens divulgadas pelas autoridades mostram Nichols tentando escapar dos policiais, que o perseguem, usam armas de choque, xingam, socam, chutam e usam spray de pimenta contra ele, deixando-o ensanguentado no chão. O advogado de um dos policiais afirmou que seu cliente só se manifestará publicamente sobre o caso depois de conduzidas as investigações. Se condenados, os policiais podem cumprir penas de até 60 anos de prisão.