O presidente taiwanês, Ma Ying-jeou, teve nesta quinta-feira (6) um encontro histórico com um importante enviado chinês. Ma se encontrou com Chen Yunlin, o mais importante funcionário de Pequim, ao visitar Taiwan desde a ilha se dividiu da China, no fim de uma guerra civil em 1949. Os dois conversaram apenas cinco minutos, pela manhã.
Chen chegou a Taiwan na segunda-feira, para uma visita de cinco dias. Na terça-feira, ele firmou acordos para promover o comércio entre os rivais políticos. O tema da política, aliás, foi evitado, mas muitos taiwaneses temem que haja perda de autonomia, em caso de aproximação com os chineses
Na capital taiwanesa, houve protestos de dezenas de milhares de manifestantes contrários à aproximação com Pequim. Os manifestantes, em sua maioria, são partidários da independência total da ilha. Eles lotaram a praça em frente ao escritório presidencial em Taipé, buzinando e com cartazes contra a visita do enviado Chen Yunlin. A China alega ainda ter soberania sobre a ilha. Pequim já aventou inclusive a possibilidade de retomar o que considera uma província separatista à força, se necessário.
Os organizadores dos protestos afirmaram que havia 100 mil pessoas presentes, o que deixou a capital paralisada. A polícia não tinha dados oficiais, mas disse que três mil policiais trabalharam para controlar a situação.
As duas autoridades evitaram se chamar diretamente. Com isso, Chen não precisou escolher entre usar "senhor" ou "presidente", algo prosaico, porém politicamente importante para os dois lados. Ma se disse desconfortável com os protestos de ontem, quando Chen foi impedido de ir para seu hotel durante horas, por causa da multidão. Para o presidente, isso pode prejudicar a imagem do país internacionalmente e o setor do turismo.