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Ao contrário do que foi divulgado anteriormente, autoridades indonésias afirmaram nesta terça-feira (2) que o avião desaparecido desde segunda-feira (1) ainda não foi encontrado.

O comandante regional militar anunciou que as equipes de busca e resgate não encontraram sobreviventes, nem os destroços do Boeing 737-400. Notícias anteriores informavam que os destroços da aeronave tinham sido encontrados em uma região montanhosa do país, com 12 sobreviventes.

"O local (do acidente) ainda não foi encontrado. Nós pedimos desculpas por ter transmitido uma notícia que não era verdade", disse o marechal-do-ar Eddy Suyanto, comandante da base aérea de Hasanuddin, em Makassar.

O major Arif Budi Santoso afirmou a uma emissora de televisão local que depois de checar toda a região apontada como possível local da queda, os militares não encontraram nenhum vestígio do avião.

"Notícias de que habitantes da região teriam afirmado que 12 pessoas sobreviveram também não são verdadeiras. Os moradores disseram que nunca fizeram tal afirmação", acrescentou Santoso, cuja área de comando inclui a ilha Sulawesi.

O avião da Adam Air perdeu contato com o controle na segunda-feira, cerca de uma hora antes de pousar na cidade de Manado, no norte de Sulawesi, segundo autoridades.

Havia três norte-americanos entre os 96 passageiros do avião. Os demais, assim como os seis tripulantes, eram indonésios.

Sem contato

O Boeing, que transportava 96 passageiros e seis tripulantes, havia saído de Jacarta nesta segunda-feira (1) e feito escala em Surabaya. A aeronave deixou o aeroporto de Surubaya às 13h (horário local) e deveria aterrisar duas horas depois em Manado.

O contato foi perdido quando o avião estava a uma altitude de 35 mil pés, cerca de uma hora antes do momento previsto para o pouso, afirmou Tatang Ikhsan, diretor-geral de transporte aéreo do Ministério dos Transportes da Indonésia.

O ministro dos Transportes indonésio, Hatta Rajasa, disse que o avião chegou a emitir um sinal de socorro quando sobrevoava a região de Mamuju, na província de Sulawesi do Sul, 750 km ao sudoeste do fim da viagem. A região é cheia de florestas e montanhas.

Um funcionário do aeroporto de Surabaya indicou que o Boeing não teve qualquer problema técnico durante sua decolagem.

Tragédias

Acidentes de aviação são freqüentes na Indonésia, país que é um imenso arquipélago de mais de 5 mil quilômetros de comprimento.

As companhias aéreas, tanto públicas como privadas, são objeto de críticas por suas carências em termos de segurança, seus reiterados atrasos e má administração.

Para piorar as coisas, o norte da ilha de Java foi cenário de uma violenta tempestade com fortes rajadas de vento neste final de semana.

Essas más condições meteorológicas causaram o naufrágio de várias balsas. No maior acidente, de uma balsa que fazia o trajeto Java-Bali com mais de 500 pessoas a bordo, centenas de passageiros continuam desaparecidos.

A Adam Air é uma das companhias aérea de baixo custo, que são muito comuns na Indonésia. Em novembro passado, o presidente da empresa, Adam Suherman, disse que sua companhia previa transportar onze milhões de passageiros em 2007, contra os sete milhões em 2006.

A concorrência no setor aéreo indonésio, segundo os especialistas, força as companhias a negligenciar a segurança. Um avião da companhia indonésia privada Madala caiu em setembro de 2005 sobre uma cidade da ilha de Sumatra, causando quase 140 mortes.

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