O governo de Barack Obama começou a discutir nesta segunda-feira (10) se o rápido avanço militar do governo de Bashar Assad pelo coração da Síria exige uma drástica resposta dos Estados Unidos. Autoridades disseram que uma decisão sobre armar rebeldes sitiados pode acontecer ainda nesta semana.
Graduados auxiliares dos Departamentos de Estado e da Defesa, da CIA e outras agências se reuniram para uma reunião da Casa Branca. Eles pretendem lançar as bases para uma reunião que o presidente Barack Obama realizará com seu grupo sênior de segurança, marcada para quarta-feira, informaram funcionários que falaram em condição de anonimato.
Em razão do rápido avanço das tropas de Assad, os funcionários disseram que o governo pode aprovar o envio de ajuda letal para os rebeldes nos próximos dias.
O presidente e seus conselheiros também avaliam os méritos de uma medida menos provável, que seria o envio de poder aéreo para implantar uma zona de exclusão aérea sobre o país, informaram autoridades.
As reuniões na Casa Branca acontecem no momento em que as forças de Assad parecem se preparar para um ataque contra a importante cidade de Homs, o que pode interromper a ligação da oposição com o sul do país. Cerca de 5 mil combatentes do Hezbollah estão síria, ajudando o governo de Assad a intensificar sua campanha contra os rebeldes, após a tomada de Qusair, perto da fronteira do Líbano na semana passada. O Hezbollah é uma organização paramilitar xiita libanesa que apoia Assad.
Líderes opositores sírios advertiram Washington de que a rebelião pode enfrentar perdas devastadoras e irreversíveis sem um apoio maior.
O secretário de Estado John Kerry adiou uma viagem planejada para esta segunda-feira para Israel e para outros três países do Oriente Médio para participar das discussões na Casa Branca, informaram funcionários. Ele deve viajar para a região mais no final da semana.
Embora nada tenha sido decidido de forma concreta, autoridades norte-americanas disseram que Obama está inclinado a assinar o envio de armas para unidades rebeldes moderadas. Os Estados Unidos têm falado sobre a possibilidade de armar a oposição nos últimos meses, mas tem hesitado porque não quer que militantes ligados à Al-Qaeda e outros extremistas que lutam com milícias contra Assad tenham acesso às armas.