As autoridades iranianas criticaram as reportagens da mídia internacional sobre as eleições no país e tomaram passos para controlar o fluxo de informações que parte de fontes independentes, enquanto manifestantes contrários ao governo realizam protestos pelo segundo dia neste domingo.
A British Broadcasting Co. (BBC) disse que a interferência no seu serviço de informações no Irã, que começou na sexta-feira, dia da eleição, piorou progressivamente até domingo, causando interrupções aos internautas no Irã, no Oriente Médio e na Europa. A BBC disse ter detectado a interferência no sinal do satélite a partir de um ponto no Irã, que prejudicou o serviço jornalístico em língua farsi (persa).
"Parece que é parte de um padrão de comportamento das autoridades iranianas, controlar as informações logo após as disputadas eleições", disse Peter Horrocks, diretor do Serviço Mundial da BBC em Londres.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, criticou a mídia logo após ter proclamado vitória na eleição, na qual a oposição afirma ter havido fraude. Em coletiva de imprensa neste domingo, Ahmadinejad acusou a mídia internacional de lançar uma "guerra psicológica" contra o Irã.
O serviço de telefonia celular foi restaurado neste domingo no Irã. O serviço não funcionou durante grande parte do sábado.
No sábado, funcionários iranianos contactaram jornalistas da televisão da Associated Press em Teerã e alertaram que o governo pode colocar em prática uma lei que bane os serviços de notícias da BBC e da Voz da América em farsi. Ambas as agências transmitem programação em farsi aos iranianos via satélite.
Empregados da AP então contactaram a BBC e a Voz da América para discutir a lei. "É a prática da AP cumprir com as leis locais a respeito da mídia. Não obstante, estamos determinados a continuar a prover uma cobertura ampla sobre os eventos no Irã", disse a editora-executiva da AP, Kathleen Carroll.
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