Atualizado em 25/11/2006, às 13h43
Equipes tentam resgatar neste sábado os corpos de seis pessoas que estavam a bordo do avião bimotor que caiu na sexta-feira na região chilena de Coyhaique, no sul do país, sem deixar sobreviventes. A edição online do jornal chileno "El Mercúrio", principal do país, divulgou na tarde deste sábado que os mortos na queda são quatro brasileiros e dois chilenos. Segundo o periódico, os brasileiros seriam Claudia Magalhaes, Andie Romeiros, Maria José Malgarido e César Oliveira; e os chilenos, Claudia Poblete e o piloto Willy Stone.
Os nomes, no entanto, diferem das identidades divulgadas anteriormente às agências internacionais pela empresa de Transporte Aéreo San Rafael, proprietária da aeronave (Claudio Magalea, Andy Romareiros, Mario José Movarios, César Oliveira e Claudio Poblete). A única identidade e nacionalidade confirmada até então pelas autoridades é a do piloto, o chileno Willy Stone.
As autoridades chilenas e o cônsul-geral do Brasil em Santiago, Ney Dieguez, no entanto, não confirmam oficialmente as nacionalidades das vítimas. Segundo Dieguez, apesar de não haver confirmação da nacionalidade das vítimas, cinco passageiros têm nomes em português, o que justifica a mobilização das autoridades do Itamaraty.
- Infelizmente ainda não houve uma confirmação das nacionalidades, mas as vítimas têm nomes em português, então o consulado recebeu notícias de moradores da cidade de onde o avião partiu de que os passageiros seriam brasileiros. As vítimas podem ser inclusive portugueses mas, apesar de não termos esta confirmação, o consulado não pode deixar de agir. Mandamos um funcionário até Puerto Montt para estar em contatos com as autoridades assim que os corpos forem resgatados - disse Dieguez.
A maior dificuldade para determinar a nacionalidade dos passageiros a bordo do avião, informou o cônsul, está na informalidade da oferta destes sobrevôos turísticos na região da Patagônia.
- (estes passeios) São alugados no aeroporto local e o sistema de hospedagem de cabanas em que as vítimas estariam hospedadas também é informal, não há registros dos hóspedes. Daí a dificuldade que nós e as autoridades chilenas estamos encontrando para descobrir a nacionalidade das vítimas.
Dieguez disse ter estranhado o fato de até o momento nenhum brasileiro ter entrado em contato com o consulado em Santiago, e reforçou que possíveis parentes podem encontrar os contatos do consulado do Brasil no Chile na internet (www.consuladodebrasil.cl).
De acordo com as equipes de especialistas envolvidas no resgate, só será possível definir a nacionalidade das vítimas se forem encontrados documentos, como passaportes, junto aos corpos.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que está no Chile, afirmou que a Embaixada do Brasil está a postos, caso seja confirmada a morte de brasileiros no acidente.
"Todos os ocupantes da aeronave foram encontrados sem vida. No local, aguarda-se a presença do fiscal aéreo para fazer o levantamento dos corpos", afirmou um comunicado do Ministério do Interior na sexta-feira.
O avião da empresa de Transportes San Rafael havia desaparecido após o meio-dia e foi visto por um helicóptero civil na área de Lago Atravesado, às 19h10m (20h10m no horário de Brasília), aproximadamente 1.887 quilômetros ao sul de Santiago.
O bimotor decolou na sexta-feira às 13h35m (14h35m em Brasília), do aeródromo de Teniente Vidal, em direção à região turística de Laguna San Rafael.
Uma hora depois, a aeronave emitiu um sinal de emergência ao Centro de Controle Aéreo da região de Puerto Montt, que fez um alerta sobre o desaparecimento do bimotor.
O acidente se soma a outros ocorridos nesta região, cuja geografia é caracterizada por montanhas, lagos e áreas com gelo permanente.
A representante máxima do governo chileno nesta área, Viviana Betancourt, lamentou o desastre, "que põe em alerta a região".