Autoridades não sabem se suspeito de atentado em NY fez treinamento no Paquistão

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O homem acusado de tentar detonar uma bomba no centro de Nova York levava uma vida estável, em um bairro residencial, segundo as autoridades. Além de seus títulos em Economia e Finanças, Faisal Shahzad teria buscado uma "complementação" para sua formação com um treinamento em explosivos no Paquistão, disseram as fontes.

Funcionários de contraterrorismo se espalharam por dois continentes nesta quarta-feira para tentar esclarecer a atitude de Shahzad, mas até agora não conseguiram ligar o suspeito a qualquer grupo terrorista ou campo de treinamento. O suspeito cooperou com as autoridades pelo terceiro dia consecutivo, mas investigadores ainda não têm certeza de estão lidando com apenas um homem irritado ou com uma grande conspiração internacional.

Se Shahzad faz parte de uma organização maior, o fato serve de lembrança de que quase uma década depois dos ataques de 11 de Setembro, terroristas estrangeiros continuam tentando agir em solo norte-americano, como a frustrada tentativa de explodir uma bomba num avião que pousava em Detroit no dia de Natal.

E se o atacante operou sozinho, a ação levanta questões sobre como os investigadores podem evitar um ataque quando há poucos sinais de advertência, o principal suspeito não tem ligações conhecidas com terroristas e os métodos são grosseiros.

Agentes da lei, falando em condição de anonimato, disseram nesta quarta-feira que ainda não verificaram as informações fornecidas por Shahzad de que ele foi treinado no Paquistão para o ataque. A região do Waziristão, onde ele disse que recebeu o treinamento, abriga várias organizações de militantes e terroristas.

A bomba de Times Square não tinha indícios de treinamento com explosivos que grupos terroristas do Waziristão normalmente fornecem antes de uma operação, disseram funcionários. Se Shahzad foi treinado, disseram eles, foi um treinamento rápido ou mal feito.

Shahzad, de 30 anos, é filho de um oficial reformado da Aeronáutica do Paquistão. Ele foi acusado na terça-feira de tentar detonar um artefato improvisado de gasolina e gás propano, em uma caminhonete estacionada na movimentada área perto dos teatros da Broadway.

Shahzad estava sob vigilância e seu nome havia sido incluído em uma lista de pessoas que não deveriam pegar aviões. Apesar disso, ele, também cidadão dos Estados Unidos, conseguiu entrar em um avião, mas foi detido antes da decolagem no aeroporto internacional John F. Kennedy. Os passageiros que desembarcaram do voo horas depois disseram que tudo transcorreu com calma, pois Shahzad não resistiu à prisão.

O secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, disse que Shahzad deu informações valiosas aos investigadores. "Pelo que sabemos até agora, é evidente que se tratou de um plano terrorista com o intuito de assassinar norte-americanos em um dos lugares mais concorridos do país", afirmou Holder.

Uma audiência judicial marcada para esta terça-feira foi cancelada, porque Shahzad estava cooperando com os investigadores. As autoridades, porém, disseram que suas declarações jogam pouca luz sobre suas possíveis motivações.

O Taleban paquistanês chegou a reivindicar a autoria do atentado, mas as autoridades seguem investigando. Azam Tariq, porta-voz do grupo disse nesta quarta-feira à CNN que o Taleban paquistanês não treinou Shahzad.

O Exército do Paquistão não acredita que a milícia insurgente esteja implicada no ataque, disse um porta-voz nesta quarta-feira.