Autoridades eleitorais pressionaram na terça-feira o governo do Haiti e as tropas de paz da ONU a impedirem que candidatos descontentes cumpram suas ameaças de prejudicar as eleições parlamentares deste mês. Max Mathurin, presidente do conselho eleitoral haitiano, disse que alguns candidatos podem recorrer à violência por serem excluídos da votação de 21 de abril.
- Alguns candidatos e seus seguidores já provocaram alguns incidentes violentos nas regiões de Grande Anse e Artibonite -disse Mathurin.
O Haiti conseguiu realizar o primeiro turno das eleições presidenciais e legislativas em clima relativamente calmo, em 7 de fevereiro - a primeira eleição no país desde a deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide, em fevereiro de 2004.
Outro ex-presidente, René Preval, antes aliado de Aristide, foi eleito para a presidência. Mas a maioria das 99 vagas na Câmara dos Deputados e toda as 30 do Senado só devem ser definidas na votação do dia 21. Vários candidatos derrotados no primeiro turno contestaram o resultado e disseram que não vão permitir o segundo turno nos seus distritos caso seus nomes nao apareçam nas cédulas.
- Ainda estou em campanha para o segundo turno, e meu nome deveria estar na cédula. Se não, as eleições vão acontecer em qualquer lugar menos no meu distrito - disse Roselaure Aubourg, candidato derrotado a deputado.
Alguns observadores temem que a tensão entre vencedores e derrotados do primeiro turno provoque violência na rodada final de votação. É improvável que qualquer partido obtenha maioria no Congresso.
- Agora que o presidente foi eleito, os interesses políticos em jogo durante a votação legislativa são enormes - disse Mathurin.
Damian Onses-Cardona, porta-voz da missão da ONU no Haiti, disse que as tropas estão colaborando com a polícia local para avaliarem a segurança e determinarem onde é preciso mais atenção.
- Quaisquer medidas adicionais serão anunciadas em um momento mais próximo da votação - afirmou Onses-Cardona.
