Dezenas de milhares a mais de sírios podem ser forçados a fugir de sua terra natal, já devastada por uma guerra civil, se os combatentes do Estado Islâmico continuarem a ganhar terreno, disse a chefe da agência humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira, enquanto os ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos atingem o grupo extremista.

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Valerie Amos disse ao Conselho de Segurança da organização que os avanços recentes do Estado Islâmico na cidade de Aleppo obrigaram mais de 160 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças, a escapar pela fronteira com a Turquia em poucos dias.

"O medo deles era tão grande que muitas pessoas atravessaram campos repletos de minas para buscar refúgio", declarou Amos ao conselho de 15 membros.

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"Existe a possibilidade de que mais dezenas de milhares sejam forçadas a deixar a Síria se as forças do Estado Islâmico continuarem a ganhar terreno."

O grupo radical sunita ocupou vastas porções da Síria e do Iraque, onde declarou um califado, e é acusado de massacres, decapitações de civis e soldados, escravizar mulheres e meninas sexualmente e recrutar crianças, afirmou Amos.

Os EUA iniciaram ataques aéreos e com míssies contra bastiões da facção na Síria na semana passada, apoiados por alguns aliados árabes, ampliando uma campanha aérea contra os militantes que começou no Iraque no mês passado.

Amos disse que as outras partes envolvidas na guerra civil síria de três anos e meio continuam a demonstrar um "absoluto desdém" pelas leis internacionais humanitárias e de direitos humanos.

"O governo continuou com seus ataques aéreos, incluindo o uso de bombas-barril (recipientes contendo óleo cheios de explosivos e estilhaços)", afirmou Amos. "Todas as partes continuam a disparar indiscriminadamente em áreas povoadas, mercados e padarias".

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"Os combates intensos e as linhas de demarcação do conflito, que estão sempre mudando, continuam a tornar a chegada de auxílio difícil e perigosa", declarou ela.